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Obra no Comperj pode começar do zero

Empresa já havia pago R$ 500 milhões à Queiroz Galvão por unidade de gás, mas há dúvidas se equipamentos poderão ser aproveitados

Por e Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO - A Petrobrás pode começar do zero a licitação da unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), apesar de já ter pago cerca de R$ 500 milhões por ela. A empresa estima em R$ 2 bilhões o valor da obra, o mesmo estipulado à construtora Queiroz Galvão, que em 2015 abandonou o projeto com 30% da infraestrutura construída. Qualquer redução de preço vai depender da nova fornecedora, que poderá ainda aproveitar equipamentos para reduzir também o prazo de construção.

Pedro Parente disse que 2017 será 'ano da virada' Foto: Nacho Doce/Reuters

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“O valor da obra gira em torno de R$ 2 bilhões. Nossa concentração é na continuidade da obra. Se alguns equipamentos puderem ser aproveitados, isso vai trazer reflexos para a redução do valor”, disse o diretor de Tecnologia e Desenvolvimento da Produção da estatal, Roberto Moro. Ele também completou que a competição entre as 30 empresas fornecedoras convidadas na semana passada a participar da licitação para a montagem da UPGN vai determinar se a Petrobrás vai ficar com o prejuízo de R$ 500 milhões ou não. Petrobrás e Queiroz Galvão ainda discutem na Justiça o valor do contrato da UPGN, considerado pela empreiteira insuficiente para cobrir os custos.

A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) diz que equipamentos contratados para o complexo petroquímico, inclusive para a UPGN, foram entregues, mas não foram pagos pelas empreiteiras que lideravam as obras da estatal no passado. “Só entregamos porque diretores da Petrobrás pediram. Reuniões foram feitas dentro da Petrobrás com diretores e a presidente à época (Graça Foster) e a companhia se comprometeu a resolver o problema. Então, o Pedro Parente não pode chegar e falar que o que aconteceu antes dele não é problema dele”, disse o presidente da entidade, José Velloso. Além do Comperj, foram entregues máquinas em outras obras suspensas, como na Refinaria Abreu e Lima.

Nesta quarta-feira, 11, Moro disse que, no caso da UPGN do Comperj, esses subfornecedores de equipamentos vão ter que negociar com a empresa ou o consórcio que assumir o contrato no lugar da Queiroz Galvão. Ao Estado, a Petrobrás respondeu que “não pode assumir compromissos no lugar de fornecedores inadimplentes e que, no caso da UPGN, os valores previstos contratualmente já foram pagos pela companhia”.

A Petrobrás planeja que a UPGN esteja pronta em três anos, a tempo de receber o gás que será produzido no pré-sal. Para agilizar, convidou empresas de grande porte para assumir a obra. Apenas estrangeiras foram chamadas para a licitação, como antecipou o Estado.

O presidente da estatal, Pedro Parente, disse que qualquer distinção entre fornecedores estrangeiros e nacionais é um “ranço ideológico”. “Se está no Brasil, instalada de acordo com as leis brasileiras, para mim é brasileira, porque gera emprego e renda no País”, declarou. A petroleira espera que empresas investigadas na Lava Jato comecem a sair da sua ‘lista negra’ no primeiro trimestre deste ano.

Parente ainda comemorou o alcance da meta de produção em 2016, de 2,14 milhões de barris por dia, em média. Durante o evento, ele disse que 2017 será “o ano da virada” da Petrobrás.

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