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Obras do gasoduto Urucu-Manaus são iniciadas

A conclusão do gasoduto vai permitir uma diminuição de R$ 2 bilhões na arrecadação anual de um dos principais encargos da conta de luz, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Atualmente, os consumidores de energia de todo o País pagam R$ 4,5 bilhões relativos à CCC por ano

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras informou ter iniciado nesta quinta-feira a obra do gasoduto Urucu-Manaus, que levará gás natural da província petrolífera de Urucu, no município de Coari, no Amazonas, até a capital do Estado. No total, o investimento será superior a US$ 1 bilhão, sendo que metade deste valor já foi aplicada no local para a aquisição dos tubos entre 2004 e 2005. O gasoduto é composto por três trechos. O primeiro deles, o A, é o GLPduto Urucu-Coari, que será realizado pelo consórcio OAS/Etesco, por aproximadamente R$ 342,6 milhões. O segundo trecho, B-1, ligando por gasoduto Coari a Anamã, ainda está em fase final de negociação, depois de ter tido a licitação cancelada por preço excessivo, e não tem executor nem preço definidos. A previsão é de que as propostas financeiras sejam abertas agora em junho. No terceiro trecho, Anamã-Manaus, o gasoduto será construído pelo Consórcio Camargo Correa/Skanska, por um valor aproximado de R$ 428 milhões. A cerimônia realizada nesta quinta contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que realizou a primeira solda na tubulação, ao lado do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e do governador do Amazonas, Eduardo Braga. Também participaram os diretores da Petrobras Ildo Sauer (Gás e Energia), Guilherme Estrella (Exploração e Produção) e Renato Duque (Serviços). O gasoduto Urucu-Manaus terá 670 quilômetros de extensão e sua conclusão está prevista para março de 2008. A obra será responsável pela geração de aproximadamente 3.400 empregos diretos e 10 mil indiretos. Impacto na conta de luz O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, disse que a conclusão das obras do gasoduto vai permitir uma diminuição de R$ 2 bilhões na arrecadação anual de um dos principais encargos da conta de luz, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Atualmente, os consumidores de energia de todo o País pagam R$ 4,5 bilhões relativos à CCC por ano. Encargo cobrado nas contas de luz de todos os consumidores do País, a CCC é utilizada para subsidiar a compra de óleo combustível pelas usinas termelétricas que fornecem energia para os mercados isolados da Região Norte do País. Com a chegada do gasoduto a Manaus, a necessidade de arrecadação do encargo se reduzirá em R$ 2 bilhões, estima Kelman, porque, como haverá gás para gerar energia em Manaus, não será mais preciso subsidiar a compra de óleo combustível para as termelétricas. Segundo a Petrobras, o duto deverá entrar em operação comercial em março de 2008. Primeira fase Em sua primeira fase de operação, o gasoduto transportará 4,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. O principal destino do insumo será a produção de energia elétrica, em termelétricas, para atender Manaus e os municípios pelos quais passará a tubulação, beneficiando cerca de 1,5 milhão de pessoas. Extração A Petrobras extrai petróleo em Urucu desde 1988. O gás natural produzido ali, associado ao óleo, é reinjetado nos campos para otimizar a produção de petróleo, e é armazenando no próprio reservatório para futuro aproveitamento no mercado. Atualmente, há apenas um duto que leva gás liquefeito de petróleo (GLP) da base de produção, em Urucu, até Coari. Um duto paralelo a este, com 285 quilômetros de extensão, será construído para escoar o GLP (GLPduto), enquanto que o antigo duto passará a transportar o gás natural. No trecho seguinte, entre Coari e Manaus, o gasoduto terá 385 quilômetros, totalizando 670 quilômetros entre Urucu e Manaus. Outros 125 quilômetros de dutos serão construídos para levar o produto às sedes dos municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, que estão no trajeto do gasoduto. A obra proporcionará o recolhimento de cerca de R$ 50 milhões em tributos aos cofres das prefeituras locais, além de uma receita adicional em royalties para o Estado do Amazonas.

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