Números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) revelam que, de fato, as importações do segmento ficaram em US$ 18,81 bilhões em 2015, um recuo de 23,3% em relação ao ano anterior. Isso, porém, não resultou em substituição significativa de bens importados por produtos fabricados no País.
Embora em ritmo menor, também as exportações caíram. A redução foi de 16,3% no mesmo período, baixando o total exportado para US$ 8,030 bilhões. Com a queda adicional das encomendas internas, o faturamento total do setor desabou, registrando declínio de 14,4% no ano, não passando de R$ 84,873 bilhões.
Para Carlos Pastoriza, presidente do conselho de administração da Abimaq/Sindimaq, o setor registra queda acumulada de 30% do faturamento nos últimos três anos, o que configura “uma crise sem precedentes”. Em 2015, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) foi, na média anual, de 68,0%, em comparação com o de 75,4% em 2014. Como consequência, 45 mil postos de trabalho foram fechados, uma redução de 8,1% em relação a 2014.
A Abimaq não é contrária ao ajuste fiscal, mas julga que ele deve ser complementado por medidas de estímulo à produção. “Sabemos que questões estruturais não se resolvem de imediato”, afirma Pastoriza. Mas o setor, diz ele, foi muito penalizado pela decisão do governo de retirar instrumentos de apoio, como a desoneração da folha de pagamento, para reduzir custos, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, para estimular a expansão e a renovação do parque produtivo, e o Reintegra, para impulsionar as exportações.
A despeito do cenário adverso, a Abimaq tem a expectativa de que pelo menos parte de 2016 possa ser salva com uma sinalização clara do governo quanto aos rumos da política econômica daqui por diante.