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Onde estão os brasileiros mais endividados

Porcentual de famílias endividadas subiu para 63% em 2013, segundo a Fecomércio

Por Igor Gadelha
Atualização:

O porcentual de famílias endividadas no Brasil subiu para 63% no ano passado, ante 59% em 2012, de acordo com a quarta edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela FecomercioSP. No período, houve acréscimo de 770 mil famílias com algum tipo de crédito ou financiamento. O valor mensal das dívidas aumentou 8%, de R$ 14,9 bilhões para R$ 16,1 bilhões.

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Curitiba foi a capital que registrou o maior nível de endividamento, com 87% do total de famílias curitibanas. Aparecem ainda no ranking: Florianópolis (86%); Brasília (84%); Belém (78%) e Palmas (78%). Já as cinco capitais com menores níveis são Porto Alegre (60%); Cuiabá (60%); São Paulo e Belo Horizonte, ambas com 53%; e Goiânia (46%). 

A parcela mensal das dívidas por família brasileira, contudo, recuou 1,5%, ao passar de R$ 1.869,00 para R$ 1,840,00. De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, essa queda contribuiu diretamente para manter o comprometimento da renda em 30%, nível considerado "razoavelmente adequado" para não sinalizar um eventual risco de estouro da inadimplência. 

No ano passado, a média do saldo de crédito com recursos livres para pessoa física foi de R$ 738,2 bilhões, o que equivale a cerca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB). Na avaliação de economistas da Federação, esse baixo porcentual mostra que ainda existe um "grande espaço para a expansão de empréstimos à população brasileira, desde que haja critérios rigorosos de segurança na hora da oferta".

Em nota, os economistas da FecomercioSP afirmam que os dados revelam que o consumidor ficou mais "cauteloso" na tomada de crédito, principalmente em razão da alta dos juros, o que justifica a estabilidade do nível de inadimplência. A entidade lembra que esse comportamento impactou diretamente no desempenho do varejo, que registrou crescimento "bem abaixo da média" em 2013, que persiste em 2014.

Analistas da Federação destacam ainda que a tendência é de o mercado de famílias tomadoras de crédito ficar ao redor de 60% do total, asseguradas pelas renda e pelo emprego em níveis positivos, seja para consumo ou quitação de dívidas. "De toda forma, esse cenário pode se modificar, caso a inflação se mantenha em patamares elevados por um período maior", destacam em nota.

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