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Outback trará novas marcas ao País

Brasil será primeiro a receber a bandeira de restaurante italiano da Bloomin' Brands, empresa americana que controla a rede

Por Marina Gazzoni
Atualização:
Noronha, Maroun e Vegas estão à frente da nova operação do Outback no Brasil Foto: Sérgio Castro/Estadão

Os americanos donos da rede Outback, com mais de 750 unidades em 21 países, escolheram o Brasil para dar início ao processo de internacionalização de suas outras marcas. Com receita anual de US$ 4 bilhões, a Bloomin' Brands tem mais quatro bandeiras de restaurantes temáticos, que até agora operavam apenas nos EUA. A primeira delas a cruzar a fronteira americana e chegar ao País será a Carrabba's, de comida italiana - aqui, rebatizada de Abbraccio.

A mudança ocorre cerca de um ano após a Bloomin' Brands comprar parte das ações de seus sócios locais - Salim Maroun e Peter Rodenbeck - na joint venture que operava a marca no Brasil desde 1997. Com isso, os americanos elevaram sua participação para 90%.

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A nova estrutura abriu o caminho para a Bloomin' Brands tentar repetir com suas outras redes o sucesso que o Outback conseguiu no Brasil. Hoje, o País tem nove dos dez restaurantes com maior faturamento da marca no mundo. "Existe potencial enorme para desenvolver outras redes de casual dining no Brasil e decidimos começar pela cozinha italiana", explica Maroun, que permanece à frente da operação brasileira.

Em meio a pesquisas sobre a aceitação da rede Carrabba's feitas com 1,5 mil brasileiros, o Outback Brasil decidiu usar outro nome. Por aqui, nem todo mundo associava a palavra Carrabba's, sobrenome do fundador da rede, a um restaurante italiano. O nome Abbraccio foi escolhido pela equipe do Brasil e será usado em todos os países além dos Estados Unidos.

Apesar do nome e de pequenas adaptações feitas para atender os brasileiros, como a oferta de mesas para 12 pessoas, de olho nas famílias maiores, o Abbraccio será quase igual ao Carraba's. O americano Manny Vegas, que trabalhou por 18 anos no Carraba's, comandará a operação do Abbraccio no Brasil.

A primeira unidade será inaugurada em março no shopping Vila Olímpia e a segunda abrirá cerca de um mês depois no Shopping Market Place, ambos em São Paulo. Cada restaurante exige investimento da ordem de R$ 5,5 milhões e uma equipe de 130 pessoas. Segundo Maroun, o plano é abrir entre 10 e 12 restaurantes da Abbraccio em dois anos - nos EUA, a rede tem quase 300 unidades.

O Brasil deve receber as outras marcas da Bloomin' Brands no futuro e pode também trazer novas bandeiras ao grupo. "Se avaliarmos que há necessidade de agregar novas marcas de restaurante ao grupo, podemos fazer isso", disse.

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Mercado.

Os restaurantes de casual dining oferecem um serviço intermediário entre a alta gastronomia e o fast food e representam cerca de 1% dos pouco mais de 100 mil restaurantes existentes no Brasil, afirma Sergio Molinari, sócio-fundador da Food Consulting, especializada em serviços de alimentação. "A participação dos restaurantes de casual dining na alimentação fora de casa pode triplicar em cinco anos. As classes A e B respondem por mais da metade do consumo e essas opções atendem o consumidor de média e alta renda."

Segundo o sócio da consultoria GS&MD, Caio Gouvêa, a escala é essencial para viabilizar um serviço de qualidade com preço competitivo. "A formação de grupos que operem restaurantes com várias bandeiras traz sinergias e é tendência no mercado", diz. Grupos como International Meal Company (IMC), dona das redes Frango Assado e Viena, já operam com um modelo multimarcas.

Reestruturação.

Há cerca de um ano, o Outback Brasil vem adaptando sua estrutura para receber novas marcas. A companhia terá um executivo-chefe para cada uma delas - Outback e Abbraccio - e ambos serão subordinados a Maroun, presidente do grupo no Brasil. "A alma da marca é muito importante. Nos estruturamos para que cada rede tenha um executivo 100% dedicado a ela", disse.

Segundo ele, as duas bandeiras vão compartilhar a estrutura que o Outback já tem no Brasil para aproveitar sinergias em quesitos que vão além da marca, como gestão tributária e tecnologia de informação.

Enquanto o Abbraccio buscará seu espaço no Brasil, o Outback planeja manter o seu ritmo de expansão de unidades em 20% ao ano, mesmo em um cenário de desaceleração da economia. "O Outback terá o tamanho que o consumidor quiser", disse Átila Noronha, que foi executivo do McDonald's nos EUA e voltou ao Brasil recentemente para assumir a operação do Outback, hoje com 64 lojas. "As filas na porta mostram que há espaço para mais."

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