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Pacote nos EUA trava e bolsas européias abrem em queda

Negociações para ajuda aos bancos serão retomadas hoje. Resistência vem do partido de Bush e McCain

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Por Redação
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O clima de nervosismo pode voltar ao mercado nesta sexta-feira, 26. O acordo no Congresso dos Estados Unidos em torno do pacote de resgate do sistema financeiro, que chegou a ser dado como certo durante grande parte do dia de ontem, sofreu um importante revés durante a noite. Com isso, a votação do plano de US$ 700 bilhões, que deveria ocorrer hoje, está ameaçada.   Veja também: Republicanos resistem e ameaçam vetar pacote de Bush contra a crise Celso Ming: Dia D  JP Morgan compra o WaMu Veja os principais pontos do pacote dos EUA  Entenda a crise nos EUA    As bolsas asiáticas fecharam em queda e, na Europa, o dia também começou em baixa. Às 7h55, a bolsa de Londres cai 1,90%. Em Frankfurt, a queda é maior, de 2%. Em Paris, a baixa chega a 1,83% e em Milão as ações caem 1,95%. Em Nova York, o mercado futuro já sinaliza a abertura em baixa das bolsas - o futuro Nasdaq-100 caía 1,46% e o S&P 500 recuava 1,88%.   O descrédito reflete-se também na queda do dólar e do euro em relação ao iene, com investidores avessos ao risco comprando ienes para desmontar posições. O comportamento dos títulos da dívida americana (Treasuries) também ilustra a aflição dos investidores, que migram para estes papéis considerados mais seguros. O petróleo igualmente perde com a sensação de que o Congresso pode arrastar um pouco mais a aprovação do plano de Paulson.   Às 7h37 (horário de Brasília), o dólar caía 0,40% para 105,37 ienes e o euro cedia 1,26% para 153,58 ienes; a pressão sobre o euro favorece o dólar, puxando a moeda européia em baixa de 0,70% para US$ 1,4574. O petróleo em Nova York cai 2,55% para US$ 105,23 o barril.   Resistência   A resistência à aprovação do pacote vem do próprio partido do presidente George W. Bush. Um bloco de republicanos, que é apoiado pelo candidato Jonh McCain, não aceita as condições do acordo e impede que o plano seja colocado em votação nesta Sexta.   Para tentar reverter o impasse, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente do Fed (o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, voltaram no fim da noite de ontem ao Congresso para discutir a situação com os parlamentares. Mas, depois de muitas horas de conversa e sem um consenso, as negociações foram postergadas para esta sexta-feira.   De acordo com o Wall Street Journal, muitos democratas culparam o senador John McCain pela falta de acordo, afirmando que a decisão dele de retornar a Washington e se reunir com Republicanos do Congresso parece ter complicado as negociações. Nas últimas pesquisas, em função da crise, McCain perdeu espaço para o candidato democrata Barack Obama.   Para esta sexta,os sinais não são animadores. O deputado democrata Barney Frank já havia antecipado ontem, após a reunião com Paulson e Bernanke, que os republicanos opositores ao plano não participariam das conversas nesta sexta. Os dois candidatos presidenciais passaram a noite em Washington, sugerindo que as negociações continuarão hoje, afirma o Wall Street Journal.   Tensão   Enquanto isso, os bancos sucumbem e se debatem para conseguir algum dinheiro no mercado interbancário. Ontem, as autoridades reguladoras do sistema bancário dos EUA, rapidamente, fecharam e venderam a maior instituição de poupança do país, o Washington Mutual, para o JPMorgan por US$ 1,9 bilhão. A maior falência bancária da história dos EUA.   Na Europa, o banco belgo-holandês Fortis está tendo de explicar-se aos investidores sobre especulações sobre sua solvência, depois de suas ações amargarem perdas de mais 9% hoje. Ontem, tinham caído 20%.

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