A agenda positiva lançada pelo governo Lula nos últimos dias, como o incentivo ao setor imobiliário e os recursos destinados à reconstrução de estradas por todo o País, não deve ser vista como uma resposta à crise política desencadeada com o escândalo Waldomiro Diniz, já que ela vem sendo planejada há vários meses. Foi o que disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, no programa Espaço Aberto, da Globo News. Ele colocou ênfase nas condições macroeconômicas desfrutadas hoje pelo País: "A gente tem hoje, no Brasil, uma situação, do ponto de vista macroeconômico, muito mais sólida do que tivemos em todo o passado do País. As contas fiscais estão em ordem, as contas externas estão numa situação muito mais sólida do que tiveram nos últimos dez anos, a inflação está sob controle, e isso abre a possibilidade de um crescimento sustentável ao longo dos próximos anos. Ou seja, o risco de instabilidade é muito menor do que foi no passado." Marco regulatório Segundo Appy, o gargalo que pode comprometer esse crescimento está na infraestrutura, razão pela qual o governo vai investir em áreas como energia elétrica, telecomunicações, saneamento e transporte, com uma parte dos investimentos cabendo ao setor privado. Para tanto, estão em andamento no Congresso projetos relacionados com o marco regulatório. "O trabalho do governo é criar todas as condições para estimular o máximo de investimento privado, principalmente com um marco adequado, uma definição adequada do papel das agências reguladoras, que dêem aos investidores privados segurança em seus investimentos."