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Para brasileiros que ‘produzem’ moeda, não há bolha especulativa

Enquanto ‘fabricantes’ de bitcoin nem discutem o assunto, autoridades monetárias do mundo todo alertam para riscos

Por Renato Jakitas e Jéssica Alves
Atualização:

Falar em bolha de bitcoins com os brasileiros que foram ‘produzir’ a moeda no Paraguai é quase proibido. ‘Não tem bolha”, diz Marcelo Linhares, que se mudou para o país vizinho para tentar fazer fortuna com a febre da bitcoin. “Isso é uma transformação da economia”, acrescenta. 

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Autoridades monetárias do mundo todo, porém, já sinalizaram preocupação com a possibilidade da existência de uma bolha. Enquanto a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, classificou a bitcoin como “altamente especulativa”, o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, destacou que a moeda não tem um lastro e que as pessoas a compram porque acreditam em sua valorização. Quanto maior a percepção de que o ativo vai se valorizar, mais consumidores a adquirem e mais o preço sobe de fato, explicou. “Isso é a típica bolha ou pirâmide, que existem na economia há centenas de anos”, disse.

O especialista Sergio Shmayev, professor de risco na B3 e na escola de finanças BSG, alerta que poucas pessoas detêm a maior parte das bitcoins, o que eleva os riscos: “Dizem que 80% das bitcoins estão na mão de poucas pessoas. Se os caras que detêm a maior parte a venderem, (o preço) cai. A questão é quando isso acontecerá”.

Para o especialista em bitcoin e o professor de finanças Gustavo Cunha, entretanto, as moedas virtuais tendem a se consolidar, e o processo de “fabricação” delas é sustentável no longo prazo. “O único gargalo é a energia. O sistema é muito demandante de energia elétrica e o mundo terá de encontrar uma solução para isso”, diz.

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