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Para construção civil, receber R$ 7 bi em atraso já é ‘novo PAC’

Setor apresentou lista de reivindicações ao governo como condição para que investimentos sejam retomados

Foto do author Murilo Rodrigues Alves
Por Murilo Rodrigues Alves
Atualização:

BRASÍLIA - Para a indústria da construção, o governo não precisa de muito esforço para estimular o segmento como tentativa de reanimar a economia brasileira. A principal reivindicação do setor é o pagamento de quase R$ 7 bilhões em atrasos das obras públicas, o que já seria suficiente para dar fôlego às construtoras.

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“Colocar em dia os pagamentos dos atrasos já seria um novo PAC”, afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “Seria o suficiente para recuperar as empresas que estão morrendo. O principal ponto é simplesmente cumprir um compromisso.”

O Estado informou na edição desta terça-feira, 5, que o governo estuda medidas para estimular a construção, que responde rápido aos incentivos, como forma de reanimar a economia. A nova estratégia foi batizada no Palácio do Planalto de “novo PAC”.

Setor de construção dizque 'novo PAC' vai reanimar a economia Foto: ÉRICA DEZONNE / ESTADÃO

De acordo com os números do setor, o governo fechou 2015 com dívida de R$ 3 bilhões em contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), R$ 1,8 bilhão do Ministério das Cidades em obras de saneamento, R$ 1,5 bilhão do Ministério da Integração Nacional e R$ 400 milhões da Valec, estatal federal que cuida de ferrovias. Esse valor de R$ 6,7 bilhões considera apenas as obras que foram efetivamente executadas e faturadas.

Martins participa do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, colegiado formado por representantes da iniciativa privada no qual a presidente Dilma Rousseff aposta para tentar buscar soluções para reverter a crise econômica em 2016. Para ele, a equipe econômica poderia aproveitar o momento de “despedalar” – pagamento total dos R$ 55,8 bilhões em dívidas com os bancos públicos e com o FGTS – para também zerar o passivo com as empreiteiras.

Lista. Martins entregou à equipe econômica uma lista com as condições necessárias para que sejam retomados os investimentos. A primeira é o pagamento do que está atrasado. Outros itens da pauta são redução da burocracia, com a melhoria dos marcos regulatórios, e ampliação do mercado para que mais empresas possam atuar. As investigações da Operação Lava Jato comprometeram o desempenho das maiores empreiteiras do País.

Os empresários do setor enxergam no programa de concessões e em parcerias público-privadas possibilidades para que se deslanchem os investimentos já neste ano.

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O setor ainda guarda o início das contratações do Minha Casa Minha Vida com as regras da terceira etapa. Também procura novas fontes para os financiamentos imobiliários, tendo em vista a sangria de recursos da poupança em 2015 – de janeiro a novembro, os saques superaram os depósitos em mais de R$ 58 bilhões.

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