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Para cortar gastos, governo planeja sair de organizações internacionais

Em 2015, o Brasil contribuía com pelo menos 75 organizações internacionais, mas acumulava débitos com a maioria; na ONU, a dívida supera os US$ 263 milhões

Por Luísa Martins
Atualização:

BRASÍLIA - Em mais uma medida de contingenciamento, o Brasil vai reavaliar sua participação financeira em organizações internacionais. Uma comissão formada por representantes de quatro ministérios vai passar um pente-fino nesses pagamentos, identificando de quais entidades e fundos o País poderá se desligar - ou, pelo menos, diminuir sua contribuição - para fins de economia.

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O decreto que cria a Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais (Cipoi) foi assinado nesta quinta-feira, 11, pela presidente Dilma Rousseff junto aos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento). A Casa Civil também será membro.

Segundo dados divulgados pelo Planejamento no ano passado, o Brasil contribui com pelo menos 75 organizações internacionais, mas acumula débitos com a maioria. A algumas, está há mais de uma década sem pagar. A dívida com a ONU, por exemplo, superava os US$ 263 milhões, de acordo com o documento.

Sede da ONU em Genebra Foto: Juca Varella/Estadão

"Historicamente, participamos de muitas organizações, dos mais variados tipos. Talvez algumas delas não façam mais sentido para o Brasil. Vamos avaliar o que vale e o que não vale a pena", afirmou ao Estado fonte do Itamaraty. Caberá ao Palácio a "consideração política" sobre os compromissos financeiros  do País com essas entidades.

Este é mais um esforço do governo para reduzir custos frente à crise econômica. Dilma, no ano passado, já havia anunciado uma reforma administrativa para cortar cargos comissionados, extinguir secretarias e diminuir salários de ministros.

Ainda não há previsão para que os integrantes da Cipoi se reúnam. No texto publicado ontem no Diário Oficial da União, fica estabelecido que, de três em três meses, a comissão deve prestar informações e apresentar propostas sobre a situação dos fluxos de pagamento do Brasil a organismos, entidades e fundos internacionais.

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