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Para PSDB, economia do País só volta a 2014 em quatro anos

Partido lança documento em que prevê retomada lenta da economia e ataca herança do governo Dilma

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - Num momento em que o PSDB é pressionado a apoiar a favor da reforma da Previdência mesmo prestes a desembarcar do governo, o Instituto Teotônio Vilela (ITV), centro de estudos e formação do partido, elaborou um estudo que diz que a economia brasileira levará mais quatro anos para retornar aos níveis de 2014, antes do período de recessão.

“A recuperação será tão mais árdua e lenta quanto mais o País demorar a reformar a economia, reorganizar o Estado e abrir maior espaço para investimentos privados”, diz o texto, obtido com exclusividade pelo Estado. Sem as reformas, o futuro é “nebuloso, para dizer o mínimo”.

José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela,diz que obra petista foi devastadora Foto: Werther Santana/Estadão

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Apesar de o documento reunir argumentos a favor das reformas, os deputados tucanos resistem em apoiar as mudanças na Previdência. “Meu partido é um paradoxo”, disse o presidente do ITV, José Aníbal. Ele defende o fechamento de questão e avalia que, se não o fizer, o partido se distanciará de seu significado básico. “O PSDB é um partido reformista”, frisou.

Intitulado “Muito Mais do que Uma Década Perdida”, o estudo calcula quanto tempo cada setor da economia levará para voltar ao nível em que estava no segundo trimestre de 2014, antes de começar a recessão. As simulações têm como base o padrão de comportamento da economia nos últimos 21 anos, conforme registrado na série de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As simulações levaram em conta as taxas de crescimento projetadas pelo mercado na pesquisa Focus, disponíveis até 2021. A partir daí, as projeções são de 2,5% num cenário pessimista, sem reforma. No otimista, com reformas, a taxa seria de 3% entre 2022 e 2026 e de 4% daí em diante. Nesse quadro mais benéfico, o crescimento deste ano seria de 1% e não 0,9% como estimado no Focus.

No cenário pessimista, o País retornaria aos níveis pré-crise apenas no terceiro trimestre de 2022. “Isso mostra que a obra petista é devastadora”, afirma Aníbal. “Há um ano e meio, a Dilma Rousseff saiu porque, se ficasse, o País quebrava.”

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O setor mais duramente afetado pela crise é o da indústria de transformação. As simulações mostram que ele só recuperará seu desempenho de antes da recessão em 2033, no cenário pessimista. Para retornar ao seu ponto mais alto atingido na história, em 2008, serão necessários mais quatro anos.

Outro lado. Consultado, o Partido dos Trabalhadores enviou resposta elaborada pelo professor Márcio Pochmann, da Unicamp, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). “O PSDB se especializou mais no ataque do que na defesa do governo que o conduz desde o golpe de 2016”, afirma. Com base nos resultados do PIB trimestral, cujas taxas de crescimento recuaram de 1,3% no primeiro trimestre para 0,1% no terceiro trimestre deste ano, ele diz que “não há, infelizmente, indicação consistente de recuperação sustentada da economia nacional.”

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