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Para Renan, não é 'recomendável' PMDB fechar questão sobre reforma da Previdência

Líder do partido no Senado afirmou que o estatuto da legenda estimula posições diferentes

Por Erich Decat
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros (AL), endossou na tarde desta terça-feira, 25, o posicionamento de alguns integrantes da bancada e considerou não ser “recomendável” a cúpula da legenda fechar questão na votação do projeto de Reforma da Previdência. O texto, atualmente, tramita na Comissão Especial da Câmara e após passar pelo plenário da Casa seguirá para votação do Senado.

O fechamento de questão, no jargão político, ocorre quando o comando nacional de uma legenda determina aos integrantes do partido no Congresso que votem da forma como foi orientado pela cúpula, sob pena de serem aplicadas penalidades aos dissidentes.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

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Em conversa com o Estado, Renan falou sobre uma possível determinação por parte da Executiva Nacional do partido. “O PMDB não tem essa tradição. O PMDB geralmente não fecha questão porque o estatuto garante posições divergentes e até estimula isso”, ressaltou.

Questionado sobre uma possível “imposição” do comando do PMDB, Renan afirmou: “Vai caber à direção, mas acho que não seria recomendável”.

Em conversa com reportagem no início da tarde, o senador Eduardo Braga (AM), integrante da executiva nacional do PMDB, afirmou que dentro da bancada do Senado não vê “perspectivas” para a cúpula nacional do partido impor uma decisão sobre a reforma Previdência.

“Não sinto dentro da bancada perspectiva de fechamento de questão na matéria. Como senador represento o povo do Amazonas, o meu eleitor, não apenas o PMDB, mas principalmente o meu eleitor”, ressaltou Braga.

Ele também ressaltou que não é comum da legenda fechar questão em temas polêmicos. “Não é tradição do PMDB fechar questão pela executiva. Acredito que num assunto tão delicado ao povo, as instâncias da bancada da Câmara e do Senado devem ser respeitadas”, emendou.

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Partes. Procurado o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), não considerou como certo um fechamento de questão por parte do partido e que uma posição oficial da legenda vai depender, inicialmente, da uma decisão da bancada da Câmara, conduzida pelo deputado Baleia Rossi (SP).

“A direção nacional do PMDB está discutindo com a bancada da Câmara Federal porque um pedido de fechamento de questão tem que vir da bancada. Se for encaminhado o pedido, a executiva vai avaliar no momento apropriado”, afirmou Jucá.

Atualmente, o líder Baleia Rossi ainda encontra resistência dentro de parte da bancada para fechar uma posição em torno da votação da reforma da Previdência. De acordo com o placar da Previdência do Estadão, pelo menos 10 dos 64 deputados da sigla já declararam voto contra a proposta.

Caso, o líder consiga avançar nas negociações e reverta a posição de parte dos dissidentes, a decisão de se fechar questão não se estenderia de imediato à bancada do Senado, segundo o presidente da legenda.

“O fechamento de questão será decorrente de votações em cada Casa. Então, é possível que se houver uma solicitação da bancada da Câmara, que se feche questão primeiro na Câmara e depois se avalie com a bancada do Senado a questão”, afirmou Jucá.