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Para Schincariol, efeito de pacote não será tão rápido

Por Fernanda Nunes
Atualização:

A cervejaria Schincariol, que adquire 99% da energia consumida no mercado livre de energia, acredita que o pacote de medidas do governo de redução da tarifa de energia não irá estimulá-la a mudar a sua estratégia de compra do insumo. Ao migrar do mercado cativo para o mercado livre, a empresa conseguiu uma retração do custo da energia de 37%, o equivalente a R$ 16 milhões por ano."Não acredito que as medidas terão efeito tão rápido quanto se espera. O governo, as geradoras que tiveram as concessões renovadas e as distribuidoras terão que negociar os contratos, o que exigirá tempo. A curva de queda de preço deve ser um pouco lenta", afirmou o gerente geral da Schincariol, César Bardelin, após participar do evento Energy Summit 2012.O executivo afirma que ainda irá estudar os efeitos do pacote do governo para avaliar as vantagens de preços do mercados livre sobre o cativo. Mas, antecipadamente, acredita que o porcentual de vantagem do mercado livre não deverá ser inferior aos 28% de redução tarifária esperada para o mercado cativo. Ele ressalta que os 28% são o limite do desconto, que deverá favorecer apenas o grupo de consumidores eletrointensivos. Além disso, a vantagem exclusiva ao mercado cativo será a relativa à renovação das concessões, já que a desoneração da conta de luz valerá também para o mercado livre.Bardelin informou ainda que a Schincariol avalia o investimento em uma unidade geradora de energia, o que tornaria a empresa uma autoprodutora. No entanto, os planos serão revistos, por causa das novas medidas do setor. "Teremos que refazer as contas. É claro que as medidas reduzem a tarifa e, com isso, ameaçam o investimento", destacou o gerente da Schincariol, que adiantou que a empresa tem interesse, sobretudo, no investimento em geração eólica.

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