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Para secretário da Fazenda, aposentadoria aos 50 se dá no 'auge da atividade produtiva'

Estimativa de Mansueto Almeida é que, sem a reforma, governo terá que elevar a tributação em R$ 500 bilhões nos próximos 30 anos

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - O secretário de acompanhamento econômico do ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, defendeu a reforma da Previdência e afirmou que sem ela seria preciso aumentar a já elevada carga tributária do País. A estimativa de Mansueto é que sem a reforma o governo terá que elevar a tributação em R$ 500 bilhões nos próximos 30 anos.

Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida Foto: Divulgação

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"Fazer ajuste carregando em carga tributária não é uma opção", disse em palestra no seminário Novas Tendências em Educação Financeira, promovido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 9.

Ao defender a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência apresentada pelo governo Michel Temer, Mansueto disse que não faz sentido pessoas se aposentarem aos 50 anos, "auge da atividade produtiva".

Mansueto defendeu também o ajuste fiscal em curso para reduzir o nível de endividamento do País, afirmando que apesar do momento difícil ele está sendo implementado de forma gradual. A prova disso seria o fato de que o orçamento do próximo ano terá um crescimento nominal de R$ 80 bilhões, sendo que o da saúde será de R$ 10 bilhões. "Sem ajuste fiscal, a dívida pública pode passar de 100% do PIB. Por isso o ajuste fiscal tem que ser feito", reforçou.

A uma plateia de estudantes, o secretário disse esperar que o mercado de capitais possa ser atrativo no Brasil para investimentos de longo prazo. Ele lembrou que atualmente o nível de poupança do País é muito baixo, em torno de 16% do PIB. Isso reforça, segundo ele, a importância da educação financeira e do trabalho desenvolvido pela CVM para dar transparência ao mercado de capitais. "Se tivéssemos educação financeira teríamos feito o ajuste fiscal antes de chegar à crise fiscal", disse.

Ao explicar a crise fiscal que o Brasil atravessa, o secretário disse que ela significa que tudo que o governo arrecada não é suficiente para pagar suas despesas. "Então o governo tem que ir ao mercado pedir dinheiro emprestado para nós", disse.

"É normal o governo ter dívida. O que não é normal é o nosso nível de endividamento", disse, destacando que a dívida bruta brasileira está muito acima da de outros países de renda média. Ele criticou o governo do PT por ter "jogado fora" grande parte do boom das commodities e ter gasto dinheiro público em "obras inúteis". 

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