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Parlamento da Eslováquia aprova fundo europeu em segunda votação

Premiê deve renunciar nos próximos dias, tornando-se a primeira vítima da atual crise europeia.

Por BBC Brasil
Atualização:

O Parlamento da Eslováquia aprovou nesta quinta-feira, em segunda votação, o projeto que amplia os poderes do Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês), que dá mais poder financeiro às autoridades europeias para intervenção nos países em crise na zona do euro. Dias dias antes, os eslovacos haviam rejeitado o plano, botando em risco o esforço comum da União Europeia para conter a crise da dívida que se aprofunda no continente. A Eslováquia era o último dos 17 países da zona do euro a aprovar o fundo de 440 bilhões de euros, criado para resgatar países altamente endividados, situação hoje vivida pela Grécia (já socorrida por dois pacotes conjuntos do FMI e da União Europeia). O fundo terá o poder de comprar títulos de dívidas de países da zona do euro e de oferecer linhas de crédito para países endividados e bancos expostos a essa dívidas (ou seja, detentores de títulos que correm o risco de não serem pagos). A rejeição inicial ao projeto de empoderar o EFSP havia sido motivada por questões internas da Eslováquia, resultado de fraturas na coalizão de governo da primeira-ministra Iveta Radicova, que também sofreu um voto de desconfiança do Parlamento. A aprovação do fundo ocorreu graças a um acordo entre o governo de centro-direita e a oposição social-democrata. Primeira vítima política O apoio da oposição social-democrata para a aprovação do pacote terá um preço alto à primeira-ministra Radicova. O acordo prevê a convocação antecipada de eleições. Radicova também deve anunciar sua demissão nos próximos dias, segundo o correspondente da BBC em Bratislava, Rob Cameron. Radicova deve continuar à frente do governo até a realização das eleições, bem como deve liderar sua coalização partidária durante o pleito. Mesmo tendo a possibilidade de ser reconduzida ao cargo de premiê, Radicova é a primeira vítima política da crise da dívida europeia, segundo Cameron, já que será a primeira governante a cair em meio às atuais incertezas no continente. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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