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Confiança do consumidor tem queda de 23% em um ano

Segundo a FGV, a confiança do consumidor caiu 2,3% em julho em relação a junho e fechou no menor nível da série histórica iniciada em 2005; na comparação com julho de 2014, queda é muito maior

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A confiança do consumidor recuou 2,3% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na comparação de julho ante igual mês de 2014, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 23,1%. Com o resultado, o ICC fechou o mês em 82 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005. Em junho, o indicador havia cedido 1,4% contra maio.

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"Pela quarta vez neste ano o ICC atinge recorde negativo. A queda em 2015 vem sendo influenciada pela insatisfação e pessimismo em relação à economia e piora da situação financeira das famílias. Diante deste cenário, o consumidor retrai seu ímpeto para compras, diminuindo ainda mais as possibilidades de melhora do cenário atual", avalia a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem, em nota oficial.

O resultado de julho foi influenciado tanto pela avaliação sobre o momento atual quanto pela perspectiva sobre o futuro. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 5,2%, ao passar de 75,1 pontos para 71,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,4%, de 88,6 pontos para 86,5 pontos, interrompendo uma sequência de três altas seguidas.

O índice, calculado dentro de uma escala de pontuação de até 200 pontos (quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), está desde novembro do ano passado abaixo dos 100 pontos, zona considerada desfavorável. A média histórica, que considera os últimos cinco anos, está em 111,6 pontos.

Segundo a FGV, o levantamento abrange amostra de mais de 2,1 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 21 deste mês.

Pessimismo. A percepção dos consumidores sobre a situação atual da economia é a pior desde setembro de 2005, quando teve início a série da Sondagem do Consumidor. Ao todo, 82,7% das famílias apontam que a situação da economia é ruim. Outros 12,2% acham que o momento é "normal", o nível mais baixo da última década, apontou a instituição.

O indicador que mede a percepção sobre a situação atual da economia segue uma tendência de queda desde o ano passado, que se aprofundou em 2015. Depois de uma leve alta em maio, o índice voltou a mergulhar nos últimos dois meses. Só em julho, o recuo foi de 10,8% em relação ao mês anterior. Apenas 5,1% dos consumidores avaliam que a situação está boa.

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Diante do quadro atual, os consumidores não veem motivos para ir às compras. A intenção de consumo de bens duráveis caiu 3,5%, para 69,7 pontos. Trata-se do menor nível desde outubro de 2005, quando estava em 68,4 pontos. O quesito foi o que mais pesou para a queda nas expectativas em julho.Segundo a FGV, a proporção de consumidores que projetam maiores gastos passou de 13,3% para 13,2% na passagem do mês. Já a parcela dos que preveem diminuir os gastos subiu de 41,1% para 43,5% em julho.

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