SÃO PAULO - O vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, comentou ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que uma diminuição da meta do superávit primário para este ano "somente confirmará a nossa expectativa de enfraquecimento da força financeira, o que põe pressão adicional no rating" do Brasil. Ele manifestou que a perspectiva negativa do País perante a agência de rating, cuja nota soberana é Baa2, "já contempla um superávit primário vindo abaixo da meta" em 2015.
No ambiente político em Brasília, circulam ponderações de que a meta de superávit primário, equivalente a 1,13% do PIB, baixará para 0,6%. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu aval para que parlamentares da base aliada deflagrassem a articulação política de mudança da meta de superávit primário das contas públicas. Levy indicou a senadores que concorda com uma redução da meta do atual 1,1% para 0,6%.
Leos destacou que "é importante notar que o objetivo do resultado primário está relacionado com a sustentabilidade da dívida." Ele refere-se à "capacidade das autoridades em atender as condições requeridas para viabilizar o declínio da dívida do governo" ao longo do tempo. "Desta forma, o resultado primário precisa ser associado com as projeções de crescimento do PIB e com o nível previsto de taxas de juros."
Por que estamos falando de crise no Brasil?