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Pestana reestrutura Máquina de Vendas e BR Pharma

Consultoria do ex-presidente do GPA, Eneas Pestana, tenta integrar operações e elevar rentabilidade

Por Monica Scaramuzzo e Marina Gazzoni
Atualização:

A lojas Leader é uma das empresas que bateram à porta da consultoria Enéas Pestana & Associados, do ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), em busca de ajuda. Em nove meses como consultor independente, Pestana assumiu a tarefa de tentar solucionar problemas de cinco grandes companhias – além de Leader e BR Pharma, do BTG, está reestruturando a varejista Máquina de Vendas, é consultor (adviser) da JBS Foods e concluiu um trabalho para a Saraiva.

Enéas Pestana, presidente da consultoria Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

 

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Com uma equipe de 35 associados, Pestana desenvolveu um modelo próprio para reestruturar uma empresa. Nos primeiros dois meses, a consultoria faz um “diagnóstico” para apresentar à companhia. Uma das principais preocupações de Pestana é que a empresa conheça seu consumidor, identifique o que eles querem e reflita se tem um portfólio e adequado a seu público-alvo. 

Feito o diagnóstico, a equipe de Pestana cria um plano de ação e um grupo de consultores vai trabalhar na execução do projeto no escritório do cliente. “A reestruturação tem foco em pilares de gestão, ganho de sinergias e meritocracia”, disse. 

O primeiro projeto concluído foi um trabalho curto na Saraiva, que vendeu os ativos de materiais didáticos para a Somos Educação (ex-Abril Educação). Os demais projetos podem levar um ano e meio para serem concluídos.

Um dos casos mais difíceis sobre a mesa da Pestana é o da BR Pharma, terceira rede de varejo farmacêutico, controlada pelo BTG Pactual, que há meses está tentando se reerguer. A empresa trocou de presidente duas vezes em um curto período de tempo, busca soluções para um problema de liquidez e perdeu mais de 80% de seu valor de mercado em um ano. 

Para comandar a BR Pharma, Pestana indicou o executivo Paulo Gualtieri, que trabalhou com ele no GPA. A ordem é acelerar o processo de integração da companhia, que tem seis bandeiras, como Farmais, Rosário e a paraense Big Ben. O BTG não descarta passar a BR Pharma para frente, assim que a empresa for reestruturada, segundo fontes de mercado. Sobre esse assunto, Pestana limita-se a dizer que a venda futura cabe ao acionista (BTG).

A integração de marcas é também o ponto-chave da reestruturação da Máquina de Vendas, a segunda maior varejista de eletrodomésticos no País. Dona de cinco marcas regionais, como Insinuante e Ricardo Eletro, a rede precisa unificar processos de compra e logística, por exemplo, para aproveitar sinergias de uma grande rede. Desde o ano passado, a empresa busca um sócio para seu negócio. 

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Na JBS Foods, dona da marca Seara, Pestana não tem um trabalho de reestruturação a fazer. Além de membro do conselho de administração, ele foi contratado como advisor da empresa, para opinar sobre sua estratégia de negócios.  Workaholic. Antes do GPA, Pestana também passou pelo laboratório Dasa, GP Investments e Carrefour. No GPA, Pestana viveu momentos difíceis e teve de tocar a empresa enquanto seus acionistas – o empresário Abilio Diniz e o grupo francês Casino – travavam uma das maiores brigas da história dos negócios no Brasil. Deixou o cargo em janeiro de 2014 e teve de cumprir oito meses de um contrato de não competição com a rede. 

Recusou propostas para presidir outras empresas e para ser sócio do BTG. Com o BTG, fechou um contrato de consultoria para as varejistas do banco. Pestana diz que seu trabalho vai além do varejo, mas admite que quer voltar ao ramo de supermercados como consultor – provavelmente atendendo uma concorrente do GPA.

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