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Petrobrás amplia perdas na Bolsa após discurso de Dilma

Presidente disse que não vai permanecer calada enquanto detratores, que têm interesses políticos, ferem a imagem da estatal

Por Álvaro Campos
Atualização:

SÃO PAULO - O Ibovespa fechou em queda de 0,52% nesta segunda-feira, 14, aos 51.596,55 pontos, puxado, em parte, pela baixa das ações da Petrobrás. Os bancos também ajudaram a levar o índice para baixo.

As ações da Petrobrás ampliaram suas perdas nesta tarde após a defesa feroz da petroleira feita pela presidente Dilma Rousseff em discurso durante cerimônia de viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE). Seguindo orientações do seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente defendeu a Petrobrás e disse que não vai permanecer calada enquanto detratores, que têm interesses políticos, ferem a imagem da estatal. Esse foi o primeiro evento público que reuniu Dilma e a presidente da Petrobrás, Graça Foster, desde o início da onda de denúncias envolvendo a petroleira após o Estado revelar, em março, que a presidente Dilma deu aval à polêmica compra da refinaria de Pasadena com base em um relatório "falho", segundo a presidente. A Petrobrás ON fechou em queda de 1,60%, cotada a R$ 15,36. Petrobrás PN terminou o dia em baixa de 1,73%, cotada a R$ 15,93. Apesar de terem operado em baixa ao longo de todo o dia, as perdas das ações ordinárias e preferenciais da Petrobrás se aprofundaram após o discurso da presidente Dilma. Antes da fala sobre a companhia, as retrações estavam em torno de 0,40%.  Segundo Dilma, as avaliações sobre a recente queda de valor de mercado da Petrobrás distorcem dados e manipulam análises, transformando eventuais problemas conjunturais de mercado em fatos irreversíveis e definitivos. "Defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobrás", afirmou. Ela acrescentou que a produção da Petrobrás vem crescendo nos últimos anos e que a empresa é a que mais investe no Brasil. A presidente lembrou que em 2003, no início do governo Lula, a Petrobrás valia no mercado R$ 15,5 bilhões, e hoje, mesmo com problemas, vale R$ 98 bilhões. Dilma também falou que os órgãos de fiscalização e controle, como o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União estão sempre atentos para exercer suas funções. "O que tiver de ser apurado será apurado com rigor", comentou. Ela mencionou que a auditoria da Petrobrás, o programa de prevenção à corrupção da empresa e as comissões de apuração "são os mais eficazes mecanismos de controle e fiscalização internos".

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