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Petrobrás passou a ser a empresa de petróleo mais endividada do mundo, alerta OMC

Segundo a OMC, política de preços da estatal parece ter provocado nos últimos anos uma perda nas vendas de petróleo de cerca de R$ 60 bilhões (US$ 17,4 bilhões)

Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

GENEBRA – Os escândalos de corrupção na Petrobrás e sua política de preços levaram a estatal brasileira a ser a empresa de petróleo mais endividada do mundo. A constatação faz parte do informe produzido pela OMC e que avalia a situação da política comercial do Brasil. 

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“Depois que durante anos a empresa se utilizou de generosa renda como instrumento de política social, desde 2016 a Petrobrás corta gastos e vende ativos, além de ter enfrentando um grande escândalo de corrupção”, apontou o informe. 

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“A empresa, que tem uma dívida de cerca de US$ 125 bilhões, tem a previsão de que sua produção seja reduzida a 2,1 milhões de barris por dia, ainda que espere alcançar 2,7 milhões em 2020”, apontou. “Os fatos que ocorreram no país, em combinação com um contexto de preços baixo de petróleo, contribuíram para que a Petrobrás passasse de obter lucros para sofrer grandes perdas entre 2014 e 2015”, disse. 

Um dos responsáveis por essa dívida teria sido a política de preços da Petrobrás. A empresa, de acordo com a OMC, foi “cobrindo a diferença entre os preços do mercado mundial e o preço nacional (de combustíveis)”. “Essa política custou à empresa bilhões de dólares e contribuiu para convertê-la na empresa petroleira mais endividada do mundo”, constatou a OMC. +Mercado financeiro comemora a condenação de Lula

De acordo com o informe, a “política parece ter provocado nos últimos anos uma perda nas vendas de petróleo de cerca de R$ 60 bilhões (US$ 17,4 bilhões)”. 

A OMC admite que, em 2016, a estatal anunciou uma nova política para determinar os preços da gasolina e diesel nas refinarias. “De acordo com a nova política, os preços de petróleo se atualizam a cada mês, sobre a base das variações dos preços internacionais, da taxa de juros, as margens de transporte e condições do mercado nacional, além de não se permitir que caiam abaixo da paridade internacional”, completou.

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