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Petrobras vai adiar plena produção de gás de Mexilhão

Por Kelly Lima
Atualização:

A Petrobras vai postergar o pico de produção de suas plataformas destinadas a campos de gás não associados ao petróleo, como é o caso de Mexilhão e Uruguá-Tambaú, na Bacia de Santos, que entram em operação este ano. Segundo a diretora de Gás e Energia da estatal, Graça Foster, a perspectiva é de passar este pico de 2010/2011 para 2014, devido à demanda nacional, que está abaixo da oferta. Os dois campos tinham previsão de produzir um total de 18 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, dos quais 10 milhões são da plataforma PMX-1, que será instalada no local em março."Vamos postergar o ramp-up destas unidades na medida em que existam alternativas mais vantajosas para atender a demanda por gás no País, como é o caso do Gás Natural Liquefeito (GNL), que estamos importando constantemente para Pecém, aproveitando os bons preços atuais existentes no mercado internacional", explicou a diretora em entrevista coletiva para detalhar o gasoduto, que vai ligar o Terminal de Cabiúnas à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense.A diretora nega que a demanda nacional por gás esteja muito aquém da oferta da Petrobras - o que faz com que algumas plataformas localizadas na Bacia de Campos e na Bacia do Espírito Santo estejam desativadas. "Se não fosse o arrefecimento da economia em 2009, não vou dizer que teríamos falta de gás natural, mas estaríamos muito pressionados e bem próximos da capacidade máxima da oferta", disse Graça. Segundo ela, a mesma crise econômica mundial que derrubou o consumo interno também encolheu o mercado internacional de GNL, favorecendo a compra do produto em detrimento do gás nacional."Não estamos com gás sobrando, mas sim poupando um volume já descoberto e que está guardado em seus reservatórios naturais", comentou. Ela também destacou que, em virtude deste volume disponível, há possibilidade de o setor de Exploração e Produção da estatal postergar outros projetos que estejam incluídos no que era chamado de Plano de Antecipação da Produção de Gás no Brasil (Plangás), criado por conta de uma situação inversa: a falta do combustível para abastecer usinas térmicas no passado."Nós pagamos R$ 450 milhões em multas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2008 porque não tínhamos gás para mover as térmicas. Hoje temos o volume total contratado disponibilizado para quando o Operador Nacional do Sistema (ONS) determinar", destacou a diretora, lembrando que há uma variação enorme entre um dia e outro nesta demanda ordenada pelo ONS. No dia 24 de janeiro, por exemplo, entraram no sistema apenas 24 megawatts (MW) gerados por térmicas. Mas hoje, disse a diretora, serão enviados cerca de 17 milhões de metros cúbicos para gerar até as 17 horas, 3.234 MW em usinas térmicas.

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