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Petrobrás vende US$ 1,3 bi em ativos na América Latina

Estatal se desfez de fatias em subsidiárias na Argentina e no Chile; plano de desinvestimento é de R$ 14,4 bilhões

Por Mariana Sallowicz
Atualização:
Endividada, estatal precisa de fôlego para lidar com a queda do preço do petróleo Foto: Fábio Motta/Estadão

Com o anúncio da venda de dois ativos no exterior nesta terça-feira, 3, a Petrobrás conseguiu avançar um pouco em seu plano de desinvestimento de R$ 14,4 bilhões previstos para este ano. Os negócios fechados somam US$ 1,382 bilhão. Com uma dívida na casa dos US$ 100 bilhões, a estatal luta para fazer caixa e equilibrar sua situação financeira. 

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Em nota no início da noite, a Petrobrás informou que vendeu sua fatia de 67,2% na subsidiária na Argentina para a Pampa Energía por US$ 892 milhões. A companhia atua nos segmentos de exploração e produção de óleo e gás, assim como na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Já a subsidiária chilena foi vendida à empresa de private equity Southern Cross Group por US$ 490 milhões. O negócio envolve quase 279 postos de gasolina, oito terminais próprios de distribuição, operações em 11 aeroportos, participação em duas empresas de logística e uma planta de lubrificantes. 

No caso dos postos de combustíveis, a Petrobrás deverá se desfazer de outras redes na América Latina. Segundo fontes, a estatal tenta vender os postos da Colômbia, do Paraguai e do Uruguai. 

O plano de desinvestimento é fundamental para dar fôlego à estatal que sofre com os efeitos da queda no preço do petróleo e do seu elevado endividamento. No ano passado, a Petrobrás amargou um prejuízo de R$ 34,8 bilhões, depois de promover uma baixa contábil de quase R$ 50 bilhões para ajustar seus ativos á nova realidade econômica da petroleira.

Desinvestimentos. O próximo ativo que deve ser vendido pela estatal é a malha de gasodutos do Sudeste. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que as negociações com os três interessados estão avançadas. Os possíveis compradores já encaminharam propostas pela subsidiária de gasodutos Nova Transportadora do Sudeste (NTS) no início de março.

A intenção é vender participação de 81% na malha de dutos, garantindo ao investidor privado o controle do negócio. Entre os interessados, há um conglomerado chinês, com empresas do grupo CNPC (China National Petroleum Corp), o fundo canadense Brookfield e um consórcio entre o Canadian Pension Plan Investiment Board (CPPIB) e o grupo Engie, que, no Brasil, atua prioritariamente no setor elétrico.

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Além das subsidiárias de infraestrutura, a companhia busca um comprador também para os terminais de regaseificação e usinas termoelétricas movidas a gás. Há também negociações para a venda da Liquigás, subsidiária de distribuição de GLP, gás de botijão. Em 2015, a Petrobrás vendeu por US$ 700 milhões à japonesa Mitsui uma fatia de 49% da Gaspetro, subsidiária de participações em distribuidoras de gás canalizado. 

O Itaú BBA assessorou a estatal na venda dos postos do Chile e da Gaspetro. 

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