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PF desarticula esquema de extração ilegal de pedra preciosa

Uma turmalina azul, considerada uma das pedras mais valiosas do mundo, pode custar R$ 3 milhões

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Por Andreza Matais
Atualização:
A organização criminosa é formada por diversos empresários e por um deputado estadual Foto: Polícia Federal/Divulgação

BRASÍLIA - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram na manhã desta quarta-feira, 27, a Operação Sete Chaves que desarticulou organização criminosa que agia na extração ilegal de turmalina paraíba, uma das pedras preciosas mais valiosas do mundo. Uma única pedra de turmalina azul pode valer R$ 3 milhões. Os investigadores suspeitam que o mercado clandestino da pedra pode tem gerado uma movimentação milionária de capital ilícito, no Brasil e no exterior. 

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A turmalina paraíba era retirada de São José da Batalha, um distrito do município de Salgadinho (Paraíba), e enviada à cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era esquentada com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares, em Minas Gerais, para a comercialização em mercados do exterior como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos. A PF suspeita que um gigantesco volume dessas pedras já esteja nas mãos de joalheiros e de particulares no exterior. 

A organização criminosa é formada por diversos empresários e por um deputado estadual, que se utilizavam de uma intrincada rede de empresas off-shore para suporte das operações bilionárias nas negociações com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridas 35 medidas judiciais, sendo oito de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e oito de sequestro de bens, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os alvos da operação estão em: João Pessoa, Monteiro/PB, Salgadinho/PB, Parelhas/RN, Natal/RN, Governador Valadades/MG e São Paulo. 

Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, usurpação de patrimônio da União, organização criminosa, contrabando e evasão de divisas. A operação contou com a colaboração de fiscais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Secretaria da Receita Federal. 

O nome da operação é uma referência feita aos negociadores no mercado restrito da pedra, turmalina azul, que guardavam a "sete chaves" o segredo sobre a existência de uma pedra extra valorizada e pouco conhecida no mercado de pedras preciosas.

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