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Pioram as condições do crédito bancário

Persistem esforços das famílias para diminuir endividamento

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Por Redação
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Em janeiro, diminuíram tanto o estoque como as concessões de crédito. Sazonalmente, é normal que isso ocorra com as empresas, que tomam mais empréstimos em dezembro para financiar as vendas de fim de ano. Mas também as famílias parecem evitar as operações, enquanto persistem nos esforços para reduzir seu endividamento com os bancos.

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O saldo total das operações de crédito caiu 0,8% entre dezembro e janeiro, atingindo R$ 3,066 trilhões. O corte de 2,3% no estoque de empréstimos às empresas não pode ser compensado pelo aumento de 0,5% do saldo de financiamentos às pessoas físicas. Ainda piores foram os números relativos às concessões de crédito, que caíram 29,5% para empresas e 0,5% para pessoas físicas.

Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o crédito total atingiu 46,6%, com queda de 0,5 ponto porcentual em relação a dezembro e de 2,2 pontos porcentuais em relação a janeiro de 2017, quando era de 48,8%.

Os dados de janeiro das Estatísticas monetárias e de crédito do Banco Central confirmam o peso crescente das famílias no saldo de empréstimos. As pessoas físicas responderam por mais de 54% do total em janeiro, enquanto o peso das pessoas jurídicas ficou abaixo de 46%. Até 2016, esses porcentuais eram semelhantes para os dois grupos de tomadores.

O aumento relativo do peso das famílias no crédito não veio junto com empréstimos em melhores condições. Ao contrário, subiram os juros médios para empresas e famílias e também os spreads bancários (diferença entre o custo de captação e de aplicação dos recursos). 

As famílias vêm reduzindo a dívida bancária (que caiu entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017 de 44,5% para 41% da renda em 12 meses). Também caiu o comprometimento da renda com o serviço da dívida.

Mas alguns devedores não conseguem quitar dívidas e, pior, tomam empréstimos de custo elevado. É o que mostra o estoque das operações de cheque especial das pessoas físicas (cujo custo, em média, é de 324,7% ao ano), que aumentou 12% entre dezembro e janeiro, para R$ 24,4 bilhões. As concessões de cheque especial cresceram 5,9% no mês.

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A alta dos juros e dos spreads contrasta com a queda do juro básico e do custo de captação dos bancos, o que tende a tornar mais lento o ritmo de recuperação da economia.

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