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Plano depende de mais mulheres e jovens no mercado de trabalho

Por Denise Chrispim Marin e correspondente de O Estado de S.Paulo
Atualização:

TÓQUIO - O sucesso da Abenomics depende, em boa medida, do retorno ao mercado de trabalho de donas de casa e de jovens, hoje consideradas pelas empresas como despreparadas para assumir qualquer posto. Para a maioria das donas de casa, faltam creche e jardim de infância onde deixar os filhos. Para os jovens, não há motivação para buscar trabalho. Ambos os segmentos não são contabilizados na População Economicamente Ativa (PEA), o que ajuda a explicar porque o Japão tem uma taxa de desemprego de apenas 3,7%.

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Ainda assim, entre trabalhadores com até 30 anos, a taxa de desemprego alcança 10%, segundo Etsuro Honda, assessor especial do gabinete de Abe. O governo planeja estimular o envio de 120 mil estudantes ao ano para o exterior - o dobro do movimento atual.

Mas é preciso que as empresas, no Japão, comecem a contratar. "Não é fácil para um recém-formado encontrar emprego. Mesmo que ache um, não terá garantia de permanência longa porque as empresas ainda não estão seguras de sua lucratividade", afirmou Honda.

O preparo dos jovens japoneses, entretanto, é outra preocupação do governo. Waki Mori, de 29 anos, vive com os pais e trabalha como vendedor de roupas em uma loja de Harajuku, uma das principais áreas comerciais da capital japonesa. "Estou fazendo um bico aqui. Ainda não estou decidido a voltar a estudar", afirmou ele, que não chegou a frequentar a universidade.

Dado que a população está envelhecendo rapidamente, a absorção de mão de obra feminina e jovem é considerada essencial para impedir, em um ambiente de crescimento econômico, o aumento da imigração. Em uma palestra em Washington, a ministra da Reforma Regulatória, Tomomi Inada, afirmou que a meta do governo, para 2020, é ver 30% dos postos gerenciais de empresas japonesas ocupados por mulheres. Em 2012, apenas 8,1% desses cargos estavam em mãos femininas.

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