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Política fiscal continua neutra, diz Barbosa

Ministro admite, porém, que, no curto prazo, redução da meta fiscal pode pressionar inflação e obrigar ação do BC

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Por Redação
Atualização:
Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa Foto: Andre Dusek/Estadão

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendeu nesta sexta-feira que a política fiscal continua neutra ou contracionista, mesmo após a redução das metas de superávit primário, mas reconheceu que, no curto prazo, ela pode pressionar a inflação e obrigar uma resposta de política monetária. “Você teve uma redução de meta (de superávit primário) com redução de gasto, não houve redução da meta para ampliar gastos... Acho que a política fiscal continua neutra ou contracionista”, afirmou o ministro em entrevista à Reuters, referindo-se às novas metas de economia para pagamento de juros da dívida pública anunciadas na quarta-feira. “Por outro lado, tem o impacto indireto, que não é fruto da política fiscal, é a reação do mercado à revisão das metas fiscais que, nesse curto prazo, tem sido uma depreciação cambial que pode indiretamente bater na inflação e requerer resposta da política monetária”, afirmou, acrescentando ainda que esse movimento pode ser revertido nas “próximas semanas”. Segundo Barbosa, o esclarecimento da estratégia fiscal de médio e longo prazos tende a atenuar “essa resposta inicial na taxa de câmbio e na taxa de juros, de modo a não criar nenhum problema para a política monetária”. Na manhã desta sexta-feira, o próprio Banco Central informou que surgiram novos riscos inflacionários e reafirmou que é preciso ficar “vigilante” para levar a inflação ao centro da meta - de 4,5% - no fim de 2016. O governo anunciou na quarta-feira uma redução drástica das metas de superávit primário deste e dos próximos dois anos, em meio a um cenário de contração econômica. / REUTERS

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