PUBLICIDADE

Publicidade

Por apoio para aprovar nova meta fiscal, governo irá 'corrigir' vetos à LDO

Temer sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias com 47 vetos, muitos deles retirando do texto medidas que poderiam representar aumento de despesas

Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - Relator do Orçamento Geral da União de 2018 na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o deputado Cacá Leão (PP-BA) afirmou nesta quinta-feira que o governo se comprometeu a enviar um projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) para "corrigir" trechos vetados pelo presidente Michel Temer na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano. Segundo Leão, a promessa foi feita pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, durante reunião na manhã de hoje com parlamentares.

Como mostrou o Estadão/Broadcast na semana passada, Temer sancionou a LDO com 47 vetos, muitos deles retirando do texto medidas que poderiam representar aumento de despesas, como a permissão para reajuste de auxílios a servidores do Legislativo acima da inflação, ou a correção dos gastos mínimos com saúde e educação pela inflação mais a taxa de crescimento populacional. O custo desses pontos vetados só será conhecido na Lei Orçamentária, ainda em fase de elaboração.

Temer sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias com 47 vetos Foto: EFE/Joédson Alves

PUBLICIDADE

Os vetos irritaram integrantes da CMO, que acusaram o governo de descumprir o acordo para aprovação da LDO. Irritados, membros da comissão passaram a ameaçar derrotar a agenda econômica do governo no Congresso, entre elas, a revisão da meta fiscal deste ano e de 2018 para autorizar déficit de até R$ 159 bilhões nas contas públicas. Para minimizar o conflito, o governo, então, decidiu chamar deputados e senadores que integram a CMO para conversar. A primeira reunião aconteceu nesta quinta-feira.

Segundo Leão, participaram do encontro de hoje os deputados Bohn Gass (PT-RS), Marcos Pestana (PSDB-MG) e Rosangela Gomes (PRB-RJ) e os senadores Pedro Chaves (PSC-MS), Helio José (PMDB-DF) e Dário Berger (PMDB-SC), presidente da CMO. "O governo reconheceu a falta de diálogo. Nós soubemos pela imprensa sobre os vetos. Foi uma falta de cortesia com o Congresso Nacional e principalmente com a Comissão Mista de Orçamento", afirmou o deputado do PP.

+ Governo encaminha ao Congresso projeto que altera metas fiscais de 2017 e 2018

No encontro de hoje, Leão disse que o governo se comprometeu a apresentar, na próxima terça-feira, 22, um PLN "corrigindo algumas coisas que foram vetadas e que faziam parte do acordo" dos parlamentares para aprovar a LDO. "Na verdade, é como se eles tivessem desistindo dos vetos. Como regimentalmente não podem retirar os vetos, vão mandar um PLN corrigindo a LDO", declarou o parlamentar baiano ao Estadão/Broadcast.

De acordo com o deputado do PP, o ministro do Planejamento se comprometeu a fazer uma "avaliação" nos próximos dias sobre os pontos vetados que poderão ser "revertidos" por meio do PLN. A ideia é que o projeto seja apresentado e discutido durante nova reunião entre parlamentares da CMO e Dyogo Oliveira marcada para terça-feira pela manhã. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também deve participar do encontro.

Publicidade

Leão reclamou que o governo vetou emendas "bestas", como um do líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), que incluia na LDO autorização para que parlamentares pudessem destinar emendas para ações de proteção aos animais, uma das principais bandeiras do mandato do tucano. Outro ponto "besta" vetado foi emenda da bancada do Rio de Janeiro que autorizava alocação de recursos diretamente em hospitais federais, sem precisar passar por ministérios. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.