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Por reformas, Temer deve trabalhar pessoalmente para recompor base

Avaliação do Planalto é que aliados estão mais 'tranquilos' após ouvirem gravações feitas por Joesley Batista

Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - Aliados do presidente Michel Temer afirmaram que ele deve se empenhar pessoalmente na tarefa de recompor a base e evitar novas defecções. A avaliação do Palácio do Planalto é que os aliados estão mais "tranquilos" após ouvir o áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Presidente Michel Temer afirmou que não vai renunciar Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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"O áudio foi tranquilizador para a maioria das lideranças que estavam preocupadas, então o caminho é de recuperação. A base não foi destruída, a base está mantida no seu conjunto homogêneo", disse o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

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Segundo ele, desde quarta-feira, quando a imprensa divulgou as primeiras notícias envolvendo Temer, o governo está mobilizado para conter uma debandada de aliados. "É óbvio que essa delação, que foi uma conspiração contra as reformas, faz deputados ficarem angustiados, mas durante o dia inteiro ontem nós trabalhamos, os líderes, vice-líderes e o próprio Palácio, e chegamos à noite com a base sob controle", disse.

De o olho na aprovação da reforma da Previdência, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que presidiu a comissão especial que discutiu o tema na Câmara, afirmou que as conversas irão continuar no fim de semana para tentar convencer os partidos que anunciaram a saída da base aliada, como o PPS e PTN, a voltarem a apoiar o governo. 

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"Infelizmente alguns partidos, no calor dos acontecimentos, tomaram a decisão precipitada de deixar a base. O nosso desejo é que isso seja reavaliado, esses partidos são bem-vindos à base, e são necessários para a reforma que nós pretendemos, já na semana que vem, fazer avançar", disse.

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'Conspiração'. Os deputados também criticaram a delação dos empresários de JBS. Sem mencionar os integrantes do Ministério Público Federal, responsáveis por realizar o acordo de colaboração, Perondi afirmou que "parte dessa conspiração é dos poderosos do serviço público que não querem se aposentar aos 62 e 65 anos".

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Marun, por sua vez, criticou o que chamou de um "complô" contra o presidente da República. "Eu até penso que isso tem que ser melhor apurado. Acho até que se transformou um caso de polícia. No caos que o Brasil viveu ontem muita gente ganhou e perdeu dinheiro, eu vejo muito mais gravidade no que aconteceu ontem, do que simplesmente a distribuição de fofocas pelos jornais", afirmou.