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Por reformas, governo pressiona ministros a trocar líderes na Câmara

Movimentos pela previdência e pró-reforma trabalhista culminou com a renúncia do líder do PR, deputado Aelton Freitas

Por Igor Gadelha e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Em mais um movimento para garantir apoio à reforma da Previdência e do Trabalho, o Palácio do Planalto pressiona ministros e dirigentes partidários a substituírem líderes na Câmara que não estão demonstrando controle sobre suas bancadas nas votações de interesse do governo. 

Votação do relatória na Comissão Especial Foto: Dida Sampaio|Estadão

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Um desses movimentos culminou ontem com a renúncia do líder do PR na Casa, deputado Aelton Freitas (MG). 

Nessa quarta-feira, 3, ministros palacianos chamaram o ministro dos Transportes, o deputado licenciado Maurício Quintella (PR-AL), para pressionar pela mudança do líder da legenda na Câmara. 

Na conversa, o Planalto pediu também a Quintella que reunisse os parlamentares da sigla que possuem cargos no governo e cobrasse fidelidade deles em votações de interesse do Executivo na Casa.

INFOGRÁFICO: Entenda a proposta

Na votação da reforma trabalhista, no último dia 26 de abril, sete dos 37 deputados do PR votaram contra a proposta. 

Já na análise do projeto que criou o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) paras Estados em situação de calamidade financeira, 16 deputados da bancada, a quinta maior da Câmara, votaram contra a orientação do governo no plenário, que era pela aprovação da matéria. 

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Na reforma da Previdência, o PR foi pressionado pelo Palácio do Planalto a trocar seus integrantes na comissão especial da Câmara que se posicionavam contra a proposta. 

Uma das mudanças foi a do deputado Laerte Bessa (DF), contrário à reforma, por Magda Mofatto (GO), favorável à matéria. O próprio Aelton foi indicado como membro titular do colegiado de última hora para votar a favor da reforma.

Diante de todas as pressões, o então líder do PR se adiantou e renunciou ao posto. Em carta encaminhada aos colegas, afirmou que sua saída não tem caráter político e resulta da "necessidade de dedicação exclusiva" à tramitação do pacote de propostas legislativas voltados para segurança pública. 

Segundo fontes do PR, o mais cotado para assumir a liderança é o atual 1º vice-líder, deputado José Rocha (BA). 

Além da pressão sobre ministros e líderes, o Palácio do Planalto começou nessa semana a exonerar de cargos federais nos Estados os afilhados políticos de deputados considerados "infiéis". 

De acordo com interlocutores do governo no Congresso Nacional, as demissões atingiram mais de 30 parlamentares de diversos partidos da base, entre eles, PSB, PSD, PP, PTN e até o PMDB, sigla do presidente Michel Temer. 

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