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Porto Rico deixa de pagar dívida de US$ 58 milhões

Em grave crise financeira, território dos Estados Unidos no Caribe entra em default e tenta um socorro do governo americano

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Por Redação
Atualização:
Governador Alejandro Garcia Padilla disse, em junho, que dívidas da ilha eram insustentáveis Foto: EFE

Atualizado às 21h22

SAN JUAN - Porto Rico, território dos Estados Unidos na região do Caribe, entrou nesta segunda-feira oficialmente em default, ao deixar de pagar uma dívida de US$ 58 milhões que venceu no sábado, dia 1.º de agosto. O valor se refere a um débito contraído por uma agência governamental, mas foi quitado apenas uma ínfima parte, de acordo com a presidente do Banco Gubernamental de Fomento, Melba Acosta. “Esta é uma decisão que reflete as graves dúvidas a respeito da liquidez do Estado e o equilíbrio entre as obrigações com nossos credores e as obrigações com o povo de Porto Rico, igualmente importantes para garantir que se mantenham os serviços essenciais”, disse Melba, em um comunicado. A dívida total porto-riquenha soma US$ 72 milhões. O calote oficializado nesta segunda-feira deixou em posição ainda pior a ilha caribenha de 3,5 milhões de habitantes, asfixiada pela falta de liquidez após oito anos de retração econômica.  “A (agência de classificação de risco) Moody’s considera esse fato como um default”, informou a agência, em comunicado. O governador de Porto Rico, Alberto García Padilla, já havia advertido, no fim de junho, que a dívida da ilha era impossível de ser paga, e encomendou a uma equipe a preparação de um plano de reestruturação para escapar do “círculo vicioso de contração, emigração, austeridade e impostos”. O plano deve ser apresentado no próximo mês. Os principais credores de Porto Rico, segundo dados da Bloomberg, são fundos de hedge, investidores, muitos desses cooperativas e fundos mútuos dos Estados Unidos. Mais sacrifícios. García Padilla pediu mais sacrifícios a todos os setores da ilha, em meio a uma grave crise que já teve efeitos severos sobre a população, que enfrenta uma taxa de desemprego de 12,4%, mais que o dobro dos 5,3% registrados nos Estados Unidos.  O governo porto-riquenho vem pedindo a Washington que modifique a lei americana de quebras, permitindo à ilha, um Estado associado aos Estados Unidos, declarar-se falida, como fizeram no passado cidades como Detroit. Essa declaração, que poderia abrir as portas para uma ajuda oficial americana, é vedada a Porto Rico. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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