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Poupança perde recursos pelo 8º mês seguido e saque no ano chega a R$ 48 bi

Em meio à crise econômica, famílias recorrem aos recursos da caderneta para fechar as contas

Por Fabrício de Castro
Atualização:
 Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas

O volume de recursos que os investidores sacaram da poupança em agosto, já descontadas as aplicações, foi de R$ 4,466 bilhões. Os saques líquidos foram superiores aos verificados em julho, quando R$ 1,1 bilhão deixaram a poupança. Com isso, o saque acumulado no ano até agosto chega a R$ 48,1 bilhões.

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Em 2016 até o momento, em função da crise econômica, que faz as famílias recorrerem aos recursos da poupança para fechar as contas, foram verificados saques líquidos em todos os meses: R$ 12,032 bilhões em janeiro, R$ 6,639 bilhões em fevereiro, R$ 5,380 bilhões em março, R$ 8,246 bilhões em abril, R$ 6,592 bilhões em maio, R$ 3,718 bilhões em junho e R$ 1,115 bilhão no mês passado.

Em agosto, de acordo com o BC, o total de aplicações foi de R$ 167,366 bilhões e o de saques, de R$ 171,832 bilhões. O estoque do investimento na poupança está em R$ 641,126 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,294 bilhões de agosto. 

O desempenho em agosto só não foi pior porque, na primeira semana do mês e nos dois últimos dias úteis, houve ingressos líquidos na caderneta. Nos dias 30 e 31, os depósitos líquidos somaram R$ 4,961 bilhões. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos em razão de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.

Rentabilidade. A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 14,25% ao ano. 

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