Em 1993, quando o Estado publicou o primeiro caderno especial Top Imobiliário, 65 mil unidades foram financiadas no Brasil com recursos da poupança. Em 2014, o número superou 538 mil imóveis, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O valor total dos financiamentos chegou a R$ 112,9 bilhões no País, com aumento de 3,4% em relação aos R$ 109,2 bilhões de 2013, ano em que pela primeira vez o crédito imobiliário superou o volume de crédito pessoal no Brasil.
O primeiro grande salto veio com o Plano Real. Em junho de 1994, quando a nova moeda entrou em circulação, a inflação atingia 47% No mês seguinte, caiu para 6,9%. Dois anos depois, era de 1,3%. “O plano se consolida a partir de 1995,com aumento da produção na capital e região metropolitana”, disse o então diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia, na edição dos 20 anos do caderno, referindo-se ao pico de lançamentos na Grande São Paulo em 1996.
Para o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), a estabilização da economia foi determinante para expansão do mercado imobiliário, somada à lei – aprovada pelo Congresso em 1997 – que criou o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Em 2004, foi publicada a Lei 10.931 – definida como marco regulatório do setor – que garantiu maior segurança jurídica. Com isso, os bancos passaram a financiar a produção e compra de imóveis, com aumento do crédito e linhas de financiamento que chegaram a 360 meses.
Criado em 2009 e destinado ao segmento popular, o Minha Casa, Minha Vida deu novo impulso ao setor. “Talvez uma das políticas mais importantes do governo”, como disse Pompéia em outro caderno especial.