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Premiê grego diz estar pronto para retomar negociações

Alexis Tsipras, que fez campanha pelo 'não', destacou em discurso que 'democracia não será chantageada'; França e Alemanha convocam reunião de emergência

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Por Redação
Atualização:
Primeiro-ministro grego Alexis Tsipras fala à população após resultado de consulta popular Foto: EFE

Após a maioria da população grega rejeitar as condições impostas pela União Europeia para liberação de ajuda financeira, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse que seu governo está pronto para retomar imediatamente as negociações com os credores. A declaração é uma tentativa de reabrir os bancos no país, fechados há uma semana.

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Tsipras disse que a vitória do "não" no plebiscito deste domingo, 5, é "uma mostra de que a democracia não será chantageada". Em discurso transmitido pela televisão grega, ele agradeceu aos eleitores gregos por fazerem "uma escolha muito corajosa". Negando rumores de que o referendo era, na verdade, uma votação sobre se a Grécia permanece na zona do euro, Tsipras disse que a missão que os gregos lhe deram era chegar a uma solução viável em vez de colidir com o resto da Europa. "Estou plenamente ciente de que a missão que vocês me deram não é a de romper com a Europa, mas sim de fortalecer nossa posição de negociação para achar uma solução viável".O premiê também afirmou que "a questão da nossa dívida agora estará na mesa de negociação, à luz do recente relatório do FMI sobre sua sustentabilidade". Na última quinta-feira, o FMI havia divulgado relatório no qual afirma que a dívida da Grécia precisará de uma reestruturação - posição que o governo grego vinha defendendo, em oposição à dos demais governos dos países da zona do euro. Ele afirmou também que "nossa prioridade imediata é restaurar o funcionamento de nosso sistema bancário e a estabilidade econômica".Tsipras disse que pedirá ao presidente do país, Prokopis Pavlopoulos, a convocação de uma reunião entre líderes dos partidos políticos para comunicá-los da situação.O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, complementou o discurso de Tsipras e afirmou que a Grécia procurará "um terreno comum" com credores. "A partir de amanhã, com este generoso 'não' da parte do povo grego, nós vamos estender nossa mão aos credores, de modo a trabalhar com eles", disse em entrevista logo após a divulgação do resultado da consulta popular.Reunião de emergência. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, conversaram pelo telefone sobre a questão da Grécia e convocaram uma reunião de cúpula dos países da zona do euro para esta terça-feira, 7. "Ambos concordam que a decisão dos cidadãos gregos deve ser respeitada", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.

O porta-voz também disse que Merkel e Hollande vão se reunir e jantar nesta segunda-feira, 6, em Paris, "para discutir uma avaliação conjunta da situação após o plebiscito na Grécia e a continuidade da cooperação estreita entre Alemanha e França sobre essa questão". (Com agências internacionais)

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