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Presidente do BNDES defende Temer: 'Fez reformas que outros não conseguiram'

Paulo Rabello de Castro afirmou que 'insensatez pública teima em afastar o presidente' e alfinetou Dilma ao cumprimentar a empresária Angela Costa: 'não precisa ser chamada de presidenta'

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO -  O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, saiu em defesa do governo Michel Temer em cerimônia na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), no Rio de Janeiro.

Rabello disse que acredita no crescimento porque o Brasil não tem mais os problemas dos anos 70 Foto: Dida Sampaio/Estadão

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"Precisamos inovar, voltar a crescer. Não são poucas as iniciativas do presidente Michel Temer nesse sentido. Este presidente que a insensatez pública teima em afastar foi quem, em pouco mais de 365 dias, fez as reformas que outros agraciados que tiveram mais tempo não conseguiram fazer", disse a uma plateia de empresários, como o presidente do conselho de administração do Bradesco, Lázaro Brandão, homenageado pela entidade. "Vou levar as palmas a Michel", completou.

Ao cumprimentar a empresária Angela Costa por assumir o comando da Associação Comercial do Rio, Rabello aproveitou para alfinetar a ex-presidente da República Dilma Rousseff, dizendo que Angela"não precisa ser chamada de presidenta para ser presidente".

Envolvido em uma polêmica com a equipe econômica do governo após criticar a nova taxa de juros proposta para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), a Taxa de Longo Prazo (TLP), Rabello de Castro ainda conclamou o empresariado a tomar a dianteira da retomada do crescimento uma vez que "o aparelho do Estado está constrangido por um teto de gastos".

"O empresário não pode esperar a máquina pública destravar. Tem que arrombar a porta da máquina pública. Não podemos esperar que o setor público venha resgatar o setor privado. O aparelho do Estado está constrangido por um teto de gastos. Não nos iludamos: a viúva está pobre, a festa acabou", disse Rabello em debate na cerimônia de posse dos conselheiros da Associação Comercial do Rio.

Rabello disse que acredita no crescimento porque o Brasil não tem mais os problemas dos anos 70, tem reservas internacionais de US$ 370 bilhões e, assim, descolou a economia da política. "Não temos o direito de achar que nós não vamos mais resgatar o crescimento", disse.

Afeito a frases de efeito, o presidente do banco disse que se sente no BNDES um "banqueiro por um dia" e um "presidente diarista". "Em um dia limpo a mesa e no dia seguinte não tem nada no Diário Oficial, então continuo no banco", brincou. Na semana passada dois diretores do banco pediram demissão em reação às críticas de Rabello à TLP, aprovada na gestão de Maria Silvia Bastos Marques.

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O economista saiu em defesa do BNDES, afirmando que o banco é articulador e fomentador do crédito de forma que seja concedido sem ágio. Segundo ele, as prioridades são a inovação e buscar a interiorização vertical do desenvolvimento. A ideia é redescobrir o que chamou de empresário anônimo, pequenos e médios do interior, a quem o banco sim privilegiará com seus subsídios. Segundo ele o papel do BNDES é importante porque os bancos privados não sabem mais emprestar, já que estão rolando a dívida interna. "Mas o Brasil não come juros, come alimentos, serviços", disse.

Rabello também afirmou que o BNDES é um banco ético e limpo. "Tem gente que trabalha direito e o Tribunal de Contas da União (TCU) não precisa ficar no pé", afirmou. O TCU fará uma auditoria para analisar possíveis irregularidades em empréstimos do banco. "Brasil não precisa de babá, muito menos vestida de preto, para poder trabalhar bem", afirmou.