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Presos gerentes da Copel; ex-secretário tem prisão decretada

Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça decretou hoje a prisão preventiva do ex-presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e ex-secretário da Fazenda do Paraná, Ingo Hübert. Também foram relacionadas outras sete pessoas envolvidas em uma possível fraude contra o governo do Estado, por meio da transferência considerada ilegal de créditos tributários da massa falida da empresa Olvepar S/A Indústria e Comércio para a Copel. Três gerentes da Copel foram detidos hoje por policiais militares e levados para o Centro de Triagem. O ex-gerente de coordenadoria de gestão contábil da Copel, Cézar Antonio Bordin; o ex-gerente da coordenadoria de gestão financeira, André Grocheveski Neto; e o ex-assessor jurídico da presidência da Copel, Sérgio Luís Molinari, foram presos na sede da empresa. Estão sendo procurados o ex-presidente da estatal, Ingo Hubert; o administrador Luiz Sérgio da Silva, representante da Rodosafra Logística e Transportes; o advogado Antonio Carlos Fioravante Pieruccini, representante da Olvepar; e o doleiro Alberto Youssef. Pela denúncia, em novembro de 2002, omitindo a situação falimentar da Olvepar e afirmando ser credora daquela empresa, a Rodosafra, por meio de Silva, pediu ao então secretário da Fazenda, Hubert, o reconhecimento e homologação de créditos de ICMS relativos à exportação de produtos semi-elaborados entre janeiro de 89 e agosto de 96, num valor de R$ 67,36 milhões. O secretário teria reconhecido os créditos, apesar de saber que eles não existiam e que essa função era dos delegados e diretor da Receita Estadual. Esses créditos não tinham sido declarados pela Olvepar nos autos da falência. A Copel, da qual Hubert também era presidente, comprou R$ 45 milhões desses créditos que não existiam, pagando R$ 39,6 milhões (valor com deságio). Hubert teria envolvido seus assessores na negociação. Segundo o Ministério Público Estadual, que ofereceu a denúncia, o processo demorou menos de dez dias, quando o normal seria pelo menos 90 dias. O valor pago foi diluído em vários cheques para destinatários distintos, providência que teve como executor o doleiro Alberto Youssef, acusado de participar de vários crimes de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Youssef, Grocheveski Neto e Pieruccini teriam ido, em três dias diferentes, a agências dos bancos do Brasil e Itaú, em Curitiba, para descontar os 20 cheques emitidos pela Copel e depositar parte dos valores em diversas contas bancárias, menos na da Olvepar, que era parte do negócio. Pelo menos quatro contas são de empresas de informática sediadas no Rio de Janeiro. Em dezembro de 2002 e janeiro de 2003, a Copel apresentou as guias e abateu do débito de ICMS R$ 45 milhões, que se constituíram em prejuízo para o Estado. No decreto de prisão, o juiz afirma que "prevalece a necessidade da prisão preventiva para a garantia da ordem pública violada". "Trata-se de quadrilha organizada e que atuou impunemente e, ao que parece, continua arraigada em setores estratégicos, gerando insegurança pela facilidade que possuem na concretização de ilícitos da mesma natureza", diz o juiz.

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