IPCA-15 sobe em junho, mas registra menor 1º semestre desde 1994
Conta de luz e despesas com habitação impulsionaram alta; mesmo assim, resultado é o menor em 11 anos para meses de junho
Por Vinicius Neder
Atualização:
RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,16% em junho, após subir 0,24% em maio. Conta de luz e habitação tiveram o maior impacto no avanço registrado. Os alimentos continuam pressionando o índice para baixo.
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O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam que o indicador registrasse de uma queda de 0,10% a uma alta de 0,22%, com mediana positiva de 0,11%.
Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula aumento de 1,62% no ano, a menor variação vista para um primeiro semestre desde 1994. No mesmo período do ano passado, o índice teve avanço de 4,62%.
A taxa acumulada em 12 meses até junho foi de 3,52%, a menor na mesma base de comparação desde junho de 2007. No mês, o avanço registrado só não é menor do que visto no mesmo mês de 2006.
Veja o que ficou mais barato e os preços que subiram no último mês
1 / 5Veja o que ficou mais barato e os preços que subiram no último mês
Alimentos
Os alimentos tiveram o maior impacto no alívio dos preços ao consumidor. Os produtos comprados para consumo em casa ficaram em média 0,83% mais barato... Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃOMais
Restaurante
Na alimentação fora de casa, no entanto, houve ligeiro avanço de 0,19%. A menor variação foi vista em Salvador, cujos preços tiveram alta de 0,94%. Já... Foto: Sérgio Castro/EstadãoMais
Transporte
Junto com a alimentação, o grupo de transportes compõe quase metade das despesas do brasileiro. E no último mês o setor teve queda de 0,10% nos preços... Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃOMais
Passagens
Embora as tarifas dos ônibus interestaduais tenham apresentado um recuo de 0,95%, as passagens aéreas aumentaram 6,83%. Foto: José Patrício/Estadão
Habitação
Os gastos com habitação cresceram 0,93%. A principal influência foi da energia elétrica, que teve aumento de 2,24%. A taxa de água e esgoto aumentou 1... Foto: Gilberto MarquesMais
Os grupos alimentação e bebidas (-0,47%) e transportes (-0,10%), que são responsáveis pela metade das despesas do consumidor, tiveram queda. Os alimentos representam 26% dos gastos dos brasileiros e tiveram impacto mais intenso na queda, de -0,12 ponto percentual. O grupo dos transportes, que participa com 18%, ficou em -0,02 p.p.
Duas das 11 regiões metropolitanas pesquisadas registraram deflação em junho. Os preços ficaram mais baratos em Fortaleza (-0,13%) e Belo Horizonte (-0,21%). Em maio, o IPCA-15 também tinha registrado deflação em duas regiões metropolitanas: Goiânia (-0,22%) e Belém (-0,04%).
Veja o ranking das cidades com maior inflação acumulada em 1 ano
1 / 11Veja o ranking das cidades com maior inflação acumulada em 1 ano
1º lugar - Recife
Recife teve inflação de 4,87% nos últimos 12 mesessegundo o IPCA-15, do IBGE. O peso da capital pernambucana no índice é de 5,05%. Foto: Lorena Aquino/Divulgação
2º lugar - Fortaleza
Fortaleza tem peso de 3,49% no índice e registrou inflação de 4,67% em um ano. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
3º lugar - Brasília
Brasília teve inflação de 4,36% em um ano; o peso da capital federal no índice é de 3,46%. Foto: Mônica Nóbrega/Estadão
4º lugar - Rio de Janeiro
Com peso de 12,46% no índice, o Rio registrou inflação de 4,23% em um ano. Foto: Fábio Motta/Estadão
5º lugar - São Paulo
São Paulo tem um peso de 31,68% no índice e registrou inflação de 3,73% em um ano. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
6º lugar - Salvador
Salvador registrou avanço de 3,36% na inflação pelo IPCA-15 em um ano; opeso da capital baiana é de 7,35%. Foto: Felipe Mortara/Estadão
7º lugar - Belém
Com peso de 4,65% no IPCA-15, Belém teve uma inflação de 3,12% em um ano. Foto: Adriana Moreira/Estadão
8º - Porto Alegre
A capital gaúcha registrou inflação de 2,99% em um ano; opeso de Porto Alegre no índice é de 8,4%. Foto: Alfonso Abraaham
9º - Belo Horizonte
Belo Horizonte teve inflação de 2,85% em um ano; opeso da capital mineira é de 11,23%. Foto: Washington Alves/AE
10º lugar - Curitiba
Com peso de 7,79%, Curitiba teve inflação de 2,49%. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
11º lugar - Goiânia
Com peso de 4,44% no índice, Goiânia teminflação acumulada de 2,34% em um ano. Foto: Guilherme Morais/Flickr
No IPCA-15 de junho, Belo Horizonte ficou na contramão do resto do País e teve queda de 2,33% na energia elétrica. "A alimentação no domicílio (-1,36%) ficou distante da média nacional (-0,83%), sobressaindo as frutas, que apresentaram queda de 12,66%", diz a nota divulgada pelo IBGE.
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No lado das altas, Recife foi a região metropolitana com o resultado mais elevado (0,46%) no IPCA-15 de junho. "Entre outros fatores, as contas de energia elétrica aumentaram 12,71%, bem acima da média nacional de 2,24%, tendo em vista o reajuste de 8,87% nas tarifas, vigente desde 29 de abril", diz a nota do IBGE.