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Prévia da inflação oficial avança 0,89% em janeiro, puxada por alimentos e bebidas

IPCA-15 acumula, em 12 meses, variação de 6,69% e ultrapassa teto da meta do governo, divulgou nesta sexta-feira o IBGE; aumento de gastos com energia elétrica também teve forte impacto no índice

Por Gustavo Santos Ferreira
Atualização:

Atualizado às 9h20

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A inflação no Brasil medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) entre 16 de dezembro e 15 de janeiro avançou 0,89% - divulgou nesta sexta-feira, 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acumulada em 12 meses, foi observada alta de 6,69%. Dessa forma, a variação ficou acima do teto da meta de inflação para 2015, de 6,5%.

O índice registrado em janeiro foi o maior desde fevereiro de 2011. No acumulado em 12 meses, não vinha tão alto desde novembro daquele ano. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado: eles esperavam inflação entre 0,75% e 1,10%, com mediana de 0,89%.

 

O IPCA-15 é medido com a mesma metodologia do IPCA. A diferença está nos dias em que ele é apurado. Enquanto o IPCA mede a inflação durante todos os dias de um mês, o IPCA-15 mede o ritmo de alta média dos preços entre os dias 16 de um mês e o dia 15 do mês seguinte. O índice é considerado pelo mercado financeiro uma prévia da "inflação oficial", apontada pelo IPCA e levada em consideração pelo governo e pelo Banco Central em seu regime de metas de inflação anual. 

Em dezembro, o IPCA-15 havia registrado variação de 0,79%, portanto, 010 ponto porcentual abaixo do índice atual. O principal item de consumo responsável por essa aceleração da inflação foi Alimentos e Bebidas, responsável por 40% do IPCA-15 do mês, em alta de 1,45%.

Entre os alimentos, o preço da carne segue como principal influência. No período pesquisado, ficou 3,24% mais cara e respondeu por 0,09 ponto porcentual do índice. Outros produtos, como batata-inglesa (alta de 32,86%) e feijão carioca (de 24,25%) também se destacaram.

O segundo maior impacto foi causado pela energia elétrica, com responsabilidade de 0,08 ponto porcentual no índice e alta média de preços de 2,60%. No segmento Habitação, do qual energia faz parte, os gastos totais subiram 1,23%. O aluguel residencial ficou 1,26% mais caro; a mão-de-obra para pequenos reparos, 0,95%; taxas condominiais, 0,81%; e taxa de água e esgoto, 0,77%.

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Os recentes reajustes nas tarifas de transporte público levaram o custo das passagens de ônibus urbanos, em média, subirem 2,85%; os intermunicipais, 3,89%; e as viagens de taxi, 1,08%. No entanto, o segmento Transportes, na comparação com os demais, não subiu tanto assim: 0,75%. A explicação para isso foi o recuo de 4,21% nas tarifas aéreas.

Destacam-se ainda entre as altas do custo de vida entre 16 de dezembro e 15 de janeiro no Brasil: alta de 1,49% com emprego doméstico; de 1,54% com cabeleireiros; e 1,82% com manicures. Os cigarros sofreram reajuste de preços médios de 3,02% no período.

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