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Primeiro dia de greve dos Correios tem adesão baixa

TST permite estatal cobrar mensalidade dos funcionários no plano de saúde; empresa informou que 87,15% de seus funcionários trabalharam normalmente

Foto do author Murilo Rodrigues Alves
Por Murilo Rodrigues Alves e Ricardo Rossetto
Atualização:

BRASÍLIA - O primeiro dia de greve dos funcionários dos Correios, nesta segunda-feira, 12, foi de baixa adesão. Segundo a empresa, 87,15% dos funcionários em todo o País trabalharam, o correspondente a 92.212 empregados. O dado foi coletado pela manhã, com base no sistema eletrônico de ponto da estatal.

Os Correios estão presentes em 5.570 municípios da União. Foto: Marcello Casal Jr./ABr

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Os Correios informaram que a greve foi concentrada na área de distribuição e todas as agências funcionaram, mesmo nas regiões que aderiram ao movimento. Já o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect), José Rivaldo da Silva, estima adesão de 25% dos funcionários.

“Diante da gravidade do problema da empresa, achamos a adesão baixa.”, admitiu Silva. Segundo ele, a Fentect, que representa 80 mil de 108 mil empregados da estatal, trabalha para aumentar a adesão à greve.

No entanto, de acordo com os Correios, depois da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que autorizou a cobrança de mensalidade de funcionários e dependentes no plano de saúde, oito de 32 sindicatos que aderiram à paralisação decidiram retornar às atividades nesta terça-feira, 13. Quatro sindicatos não haviam aderido à paralisação. Os demais decidem se continuam em greve.

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O TST determinou que o valor cobrado de mensalidade dependerá da renda do trabalhador. O tribunal também alterou as regras de coparticipação – parte do valor de consultas e procedimentos que o funcionário divide com a empresa em consultas e exames. Não poderá haver cobrança em internações.

O tamanho da coparticipação depende da faixa de salário do funcionário. Entretanto, o desconto mensal não poderá passar de 5% do salário. Um funcionário que ganha R$ 2.500, por exemplo, pagará 2,5% do plano de saúde, ou R$ 62,50 por mês. Os filhos e cônjuges desse funcionário também pagarão porcentuais sobre essa mensalidade de R$ 62,50, de 35% e 60%, respectivamente. Quem ganha acima de R$ 20 mil, pagará 4,4% da mensalidade.

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A estatal alega que os custos do plano de saúde representam 10% do faturamento, uma despesa de R$ 1,8 bilhão ao ano, incluindo o custeio do benefício a empregados, dependentes, cônjuges, pais e mães dos titulares.

O Estado apurou que a estatal deve fechar 2017 com prejuízo entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,4 bilhões. O balanço financeiro ainda não foi divulgado mas, confirmado esses números, será o quinto ano seguido de resultados negativos. Para tentar reverter a crise, além de propor alterações no plano de saúde, a estatal fez plano de demissão dos funcionários (PDV) e fechou agências.

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A Fentect afirma que a greve também serve para protestar contra alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, a terceirização na área de tratamento, a privatização da empresa, extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa, entre outros pontos.

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Alternativas. Empresas de e-commerce e as de varejo, que contam com a opção de compra online buscam alternativas para não atrasar a entrega dos produtos. A Netshoes, por exemplo, realocou a expedição dos produtos para outros parceiros logísticos e notificou os clientes sobre possível aumento do prazo de entrega.

A companhia ressaltou que tem trabalhado para reforçar seus parceiros logísticos para reduzir ao máximo este vínculo com os Correios, que tem participação de até 20% do total de remessas das lojas virtuais.

Sem sofrer o impacto da greve, a operação de e-commerce da Via Varejo (responsável pelas marcas Casas Bahia, Pontofrio, Extra e Barateiro) informou que conta com 150 transportadoras terceirizadas.

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A Fundação Procon de São Paulo informou que as pessoas que contrataram serviços dos Correios, como entrega de encomendas e documentos, e estes não forem prestados, têm direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. Nos casos de danos morais ou materiais pela falta da prestação do serviço, cabe também indenização por meio da Justiça.

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Para o Procon, no caso de o consumidor ter adquirido produtos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues no prazo contratado. Empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet e depósito bancário. O Procon-SP alerta, contudo, que não receber fatura, boleto bancário ou outra cobrança não isenta o consumidor de efetuar o pagamento.

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