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Problemas são entrave para o crescimento

Falta de energia dificulta a vida de milhares de pessoas e o desenvolvimento do agronegócio

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Por André Borges
Atualização:

 As falhas de infraestrutura têm freado o potencial de crescimento da região do Vale do Araguaia. Em Santana do Araguaia (PA), os problemas com a BR-158 são acompanhados da falta de energia, que dificulta a vida de milhares de pessoas e o desenvolvimento do agronegócio.

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“Tive de gastar R$ 500 mil em um gerador para operar um silo secador, além do custo que vou ter que bancar com manutenção e óleo diesel. É assim que as coisas ainda funcionam por aqui. Simplesmente, não tem energia disponível", afirma Carlo Iavé, produtor de grãos há mais de 20 anos.

As limitações também comprometem a exploração de itens indispensáveis na agricultura, como o calcário, usado para corrigir a acidez da terra. Iavé afirma que, se tivesse energia à disposição, teria condições de extrair calcário ao lado de sua fazenda, a R$ 20 por tonelada. Mas é obrigado a trazer a matéria-prima de longe a R$ 100 a tonelada. “Estou ao lado de uma jazida de calcário, mas sou forçado a pagar um frete pesado e buscar esse material a 400 quilômetros de distância, no município de Bandeirantes do Tocantins (TO), porque não tenho condições de fazer exploração por aqui.” 

A área de influência da BR-158, em um raio de 200 km, dispõe de 6,8 milhões de hectares de terras aptas à agricultura, com capacidade para produzir mais de 44 milhões de toneladas de grãos entre soja e milho, calculam a Aprosoja e o Movimento Pró-Logística. “Temos um potencial gigantesco pela frente, mas esse futuro passa pela conclusão dessas estradas. Onde o asfalto chegou, vemos o desenvolvimento”, diz o produtor Edio Brunetta, membro da diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

A falta de pavimentação em trechos da BR-158, segundo os pecuaristas, também complica a exportação de carne. Hoje, há cerca de 1,3 milhão de cabeças de gado na região. “Tenho 1,5 mil cabeças de gado em Vila Rica, mas tenho dificuldades para exportar essa carne porque a poeira está na minha cara, há mais de 30 anos”, diz o produtor Anísio Vilela Junqueira Neto.

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