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Produção industrial recua 0,3% em abril com queda de bens de consumo duráveis

A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre do ano ainda mostrando contração, com recuo de 0,3 por cento em abril, afetada principalmente pelos bens de consumo duráveis e num sinal de que a atividade econômica do país terá dificuldade para se recuperar. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção industrial caiu 5,8 por cento, queda mais forte desde setembro de 2009 (-7,3 por cento), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Os números de abril ficaram em linha com o esperado em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam queda de 0,3 por cento na base mensal e de 5,8 por cento sobre um ano antes. [nL1N0OJ149] Em março, o setor já havia registrado queda, de 0,5 por cento na comparação mensal, segundo dados que não foram revisados. "O setor industrial, em abril de 2014, volta a mostrar um quadro de menor ritmo produtivo, expresso não só no segundo mês seguido de queda, mas também no predomínio de taxas negativas", destacou o IBGE em nota.O destaque para o desempenho de abril foi o segmento Bens de Consumo Duráveis, que recuou 1,6 por cento ante março e 12 por cento na comparação anual. Entre os ramos de atividade, o IBGE informou que 12 dos 24 pesquisados tiveram queda mensal em abril, sendo as principais influências negativas metalurgia (-2,7 por cento), produtos de minerais não-metálicos (-1,5 por cento) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,6 por cento). O mau desempenho da indústria foi um dos principais pesos sobre a economia brasileira no primeiro trimestre, levando-a a desacelerar o crescimento para apenas 0,2 por cento sobre os três meses anteriores. [nL1N0OG1DR] O setor vem convivendo com níveis bastante baixos de confiança e as perspectivas não indicam melhora. Somente em maio o Índice de Confiança da Indústria (ICI) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 5,1 por cento, enquanto o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontou que a contração da atividade se aprofundou. [nE5N0O9009][nL1N0OF2NO] A pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa de economistas é que a indústria tenha expansão de 1,24 por cento em 2014, contra 1,5 por cento para a economia como um todo.

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Por Redação
Atualização:

(Reportagem de Felipe Pontes e Walter Brandimarte)

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