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Produção industrial interrompe três meses de queda e avança 0,6% em maio, calcula IBGE

Resultado surpreendeu o mercado, pois especialistas esperavam que a indústria conseguiria avançar no máximo 0,5%

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A produção industrial subiu 0,60% em maio ante abril, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio mais positivo que o esperado e interrompeu três meses seguidos de queda, quando acumulou baixa de 3,2%. Ficou fora do intervalo de expectativas dos analistas de 50 instituições ouvidos pela Agência Estado, que esperavam desde queda de 1,20% a avanço de 0,50%.

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A alta de 0,6% na produção industrial em maio é o primeiro resultado positivo desde janeiro deste ano (0,4%) e a mais intensa desde julho de 2014, quando a atividade cresceu 0,8%, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior.

Mesmo assim, a produção acumula queda de 5,3% nos 12 meses até maio, o recuo mais signficativo neste tipo de confronto desde dezembro de 2009, quando a indústria acumulava retração de 7,1%, segundo o órgão. No ano, a produção da indústria acumula queda de 6,9% até maio. 

Em relação a maio de 2014, a produção caiu 8,8%. Nesta comparação, sem ajuste sazonal, as estimativas variavam desde queda de 10,80% a retração de 6,40%, com mediana negativa de 10,00%. 

A alta de maio é insuficiente para reverter a trajetória de baixa da atividade, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Segundo ele, os mesmos problemas conjunturais, como baixa confiança dos empresários e dos consumidores, segue afetando o setor produtivo da economia. "Ter um resultado positivo é sempre melhor do que a manutenção de resultados negativos, mas esse resultado não elimina, não reverte a trajetória de queda da produção industrial", disse Macedo. "Em outras comparações, os resultados são predominantemente negativos. Num primeiro momento, a alta na margem não modifica em nada a análise do setor, que continua marcado pelo menor ritmo de intensidade em sua produção."

Ter um resultado positivo é sempre melhor do que a manutenção de resultados negativos, mas esse resultado não elimina, não reverte a trajetória de queda da produção industrial - André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE

Desde setembro do ano passado, a indústria acumulou uma perda de 5,7%. "Nos últimos nove meses do setor industrial, mesmo com esse avanço em maio, ainda tem um saldo negativo importante a ser eliminado", frisou o gerente.

Produtos. A produção da indústria de bens de capital subiu 0,2% em maio, enquanto na comparação com maio de 2014 o indicador mostrou queda de 26,3%. No acumulado do ano, houve queda de 20,6% na produção de bens de capital em relação a igual período de 2014. Já no acumulado em 12 meses até maio, o recuo é de 15,8%.

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Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou aumento de 1,4% na produção na passagem de abril para maio. Já na comparação com maio do ano passado, houve recuo de 12%. No acumulado do ano, a queda é de 9,6%, enquanto a taxa em 12 meses é de -6,2%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de maio exibiu redução de 0,1% na produção ante abril e queda de 17,8% em relação a igual período de 2014. Entre os semiduráveis e os não duráveis, a produção subiu 1,2% em maio ante abril e recuou 10,4% na comparação com maio do ano passado.

No caso dos bens intermediários, o IBGE informou que a produção diminuiu 0,5% em maio ante abril. Em relação a maio de 2014, essa atividade caiu 4,9%. No acumulado do ano, o instituto observou queda de 3,4% na produção, enquanto a taxa em 12 meses ficou em -3,2%. 

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