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Produção industrial tem leve alta em novembro, mas acumula queda de 7,1% no ano

Pesquisa feita pelo IBGE mostra aumento de 0,2% na produção em novembro ante outubro; em 12 meses, o recuo é de 7,5%

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
Dado da produção industrial veio dentro das expectativas dos analistas, que esperavam desde recuo de 1,00% a expansão de 3,50% Foto: Gabriela Biló/Estadão

RIO - A produção industrial subiu 0,2% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira, 5, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas. Em relação a novembro de 2015, a produção caiu 1,1%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,1%. Em 12 meses, o recuo é de 7,5%. 

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Apesar da ligeira melhora, a indústria brasileira ainda opera 21,4% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013. "A indústria permanece operando em patamar semelhante a dezembro de 2008. O acréscimo na margem foi muito pequeno para se alterar o patamar que se tinha no mês anterior", justificou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Segundo ele, o que há de diferente no resultado de novembro é a reversão na disseminação de resultados negativos entre as atividades pesquisadas. Em relação a outubro, 13 dos 24 ramos investigados tiveram crescimento na produção, enquanto onze registraram recuo. 

Ao mesmo tempo em que setores importantes mostraram avanço na produção em novembro, como veículos automotores (com peso de cerca de 12% na indústria nacional) e indústrias extrativas (que responde por aproximadamente 11%), outras atividades igualmente relevantes registraram perdas, como Alimentos (com 13% de peso na pesquisa) e Derivados de petróleo (com uma fatia de 11% da indústria).

"Claro que o crescimento de 6,1% de veículos automotores foi importante. Mas o setor não está sozinho. Então você tem outras atividades que tiveram comportamento de queda e atenuaram esse crescimento. Talvez venha daí a dificuldade da previsão desses resultados. As que tiveram comportamento negativo são atividades em que não são fáceis de prever o comportamento da produção delas", explicou Macedo, referindo-se à frustração das estimativas de analistas do mercado financeiro, que previam avanço maior na indústria em novembro.

A produção de automóveis impulsionou o resultado de bens de consumo duráveis no período (4,0%), enquanto que a maior fabricação de caminhões puxou a alta nos bens de capital (2,5%). "Tem relação direta com investimentos e expectativa de uma safra maior para este ano", justificou o pesquisador.

Segundo Macedo, embora os veículos automotores tenham sido o grande destaque positivo da indústria em novembro, a base de comparação depreciada ajudou o resultado como um todo. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional foram das indústrias extrativas (1,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,6%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,4%), de produtos de minerais não-metálicos (2,2%) e de produtos de borracha e de material plástico (2,2%).

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Na direção oposta, entre os 11 ramos que reduziram a produção em novembro ante outubro, o desempenho de maior impacto foi de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 3,3%. Outras perdas relevantes foram registradas em perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-1,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,1%), outros equipamentos de transporte (-5,7%), produtos alimentícios (-0,3%) e produtos de metal (-1,6%).

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