Instalada em uma região isolada do município de Presidente Figueiredo, há 190 km de Manaus, a usina da Eletronorte é considerada um dos maiores desastres ambientais do planeta. Para gerar desprezíveis 250 megawatts (MW), potência que nem sequer consegue atender a demanda atual de Manaus, a usina deixou debaixo d'água 2.360 km quadrados de mata virgem, uma área equivalente à das cidades de São Paulo e de Campinas. Passados 25 anos desde que sua barragem foi concluída, o lago de Balbina ainda armazena aproximadamente 6,8 milhões de metros cúbicos de madeira submersa, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). No caso da hidrelétrica de Sobradinho, a fonte solar pode ajudar a complementar a geração de 1.050 MW para o Nordeste do País. Responsável por 58% do consumo de energia da região, a represa construída 40 anos atrás no Rio São Francisco está hoje com apenas 18% de sua capacidade total de armazenamento. Sobradinho engoliu uma área de 4,2 mil km quadrados na Bahia. Cobrir essa área com boias solares seria o mesmo que instalar painéis em cima de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.