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Protesto na cruz contra Itaipu

Ex-operários paraguaios da usina cobram benefícios sociais que não teriam sido pagos

Por ASSOCIATED PRESS e ASSUNÇÃO
Atualização:
Trabalhadores foram pregados a cruzes em frente à embaixada do Brasil em Assunção Foto: Jorge Adorno/Reuters

Dois paraguaios se crucificaram ontem em protesto em frente à embaixada do Brasil porque, há 25 anos, a hidrelétrica Itaipu, administrada pelo Brasil e pelo Paraguai, não lhes pagou os benefícios sociais. Roberto González, de 61 anos, e Gerardo Orué, de 49, pregaram as mãos numa tábua diante de um grupo de manifestantes.

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"Como ex-operário, decidi crucificar-me lembrando o sacrifício de Jesus Cristo. O meu é um protesto drástico ao qual não queria chegar, mas é uma lástima que os governos paraguaio e brasileiro, donos de Itaipu, não respondam à nossa justa demanda", disse González.

Os dois homens que se crucificaram ficaram dentro de barracas de plástico para se protegerem do sol e da chuva. Carlos González, líder da Coordinadora de Ex-empleados de Empresas Contratistas de Itaipu, disse que eles representam "40 mil ex-operários de diferentes empresas paraguaias" e reclamam auxílio-alimentação, bonificação por antiguidade no trabalho, adicional de produtividade e outros benefícios.

Acrescentou que "a base da reclamação é um protocolo firmado por ambos os governos nos anos 70, estabelecendo que tanto os operários brasileiros como os paraguaios devem fazer jus aos mesmos benefícios sociais".

Itaipu está localizada sobre o Rio Paraná a 340 quilômetros a leste da capital paraguaia, possui 20 unidades geradoras, cada uma com capacidade de 700 megawatts.

O dirigente advertiu que o número de crucificados continuará aumentando com o passar dos dias. "Os companheiros decidiram perder a vida, se for necessário."

O Ministério do Trabalho do Paraguai não emitiu nenhum comentário até o momento sobre o protesto.

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