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Capitais têm protestos contra a PEC do Teto

Várias regiões do País registram manifestações que se opõem à proposta que limita o gasto público à inflação; medida foi aprovada no Senado e será promulgada na quinta-feira, 15

Por Fabio Fabrini e André Ítalo Rocha
Atualização:

BRASÍLIA e SÃO PAULO - Manifestantes fizeram protestos em diversas capitais contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para o aumento dos gastos públicos. A medida, principal pilar do ajuste fiscal do governo Temer, foi aprovada em segundo turno no Senado e será promulgada na quinta-feira. A maior manifestação aconteceu em Brasília.

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No Rio, o ato foi também contra o pacote de austeridade do governo estadual. No Recife (PE), estudantes queimaram pneus e interditaram uma via. Em Porto Alegre (RS), alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul lideraram os protestos contra a medida. 

Em São Paulo, manifestantes invadiram e depredaram a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. A situação foi controlada após ação de seguranças e da polícia. Em nota, a Fiesp disse lamentar o episódio. “E lamenta ainda mais que uma minoria violenta ainda acredite que a depredação seja uma maneira razoável de manifestar posições política ou ideológicas. Vandalismo é crime. Nada mais do que isso.”

Confronto. Em Brasília, a Polícia Militar estima que 5 mil pessoas participaram do ato. Durante o protesto, pontos de ônibus foram quebrados e vários carros foram depredados. Setenta e dois manifestantes foram detidos e cinco policiais militares ficaram feridos. Segundo a PM, o grupo de manifestantes foi acompanhado por cerca de 2 mil homens da polícia. Para dispersar os grupos, foram usadas bombas de efeito moral. 

Grupos caminharam da zona central em direção à região da Asa Norte, interditando ruas. Um ônibus foi queimado. Houve corre-corre em vários momentos e, no confronto, policiais foram feridos por pedras, bolas de gude e até com uma peça de concreto parte da guia de rua. 

Muitos manifestantes se deslocaram em direção à sede da TV Globo, mas foram dispersados. Um grupo foi para a concessionária Citroën Matignon e depredou 16 carros. “De repente, vieram em nossa direção. Eram cerca de 150 e começaram a jogar pedras e a subir nos carros. Você fica acuado. Só conseguiram prender cinco”, disse o diretor-geral da concessionária, Orlando Arrifano. 

Na quadra onde moram muitos deputados, a 302 Norte, apenas um vaso de plantas e uma câmara de vigilância foram quebrados. “Ainda bem que eles não sabiam que aqui moravam deputados”, disse um policial legislativo que faz a segurança dos prédios. Entre os manifestantes presos, dois foram detidos por participar do ataque ao ônibus queimado, dois por portar objetos que teriam sido usados para agredir policiais e outro por portar pequena quantidade de maconha. 

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