Mineradores em greve atirando bombas, motoristas de ônibus "crucificados" e aposentados fechando ruas. A América Latina foi palco nesta quarta-feira de diferentes protestos, que envolveram reivindicações por direitos trabalhistas e reajustes em aposentadorias.
Na Bolívia, um grupo de mineradores destruiu com uma bomba caseira uma das portas da sede do Ministério de Governo, em La Paz, e apedrejou o edifício, após o fracasso de uma nova tentativa de diálogo entre ministros e líderes regionais de Potosí, cidade paralisada há 17 dias por uma greve. A polícia repeliu os manifestantes com gás lacrimogêneo, e eles responderam lançando mais bombas.
No Paraguai, mais manifestantes se juntaram a um ato contra 51 demissões em uma empresa de ônibus da Grande Assunção, que completou nesta terça-feira 20 dias. O protesto, que teve motoristas "crucificados", se estendeu até as portas do Ministério do Trabalho, na capital paraguaia, onde outros quatro trabalhadores também foram pregados em uma cruz nesta quarta-feira. Alguns ativistas também furaram os lábios com um prego.
Segundo os manifestantes, os 51 funcionários demitidos perderam seus empregos após se associarem a um sindicato para "reivindicar direitos trabalhistas".
A base dos manifestantes fica em um local improvisado, em uma tenda com teto de plástico, localizada na beira de uma estrada na cidade de Limpio, a cerca de 23 km da capital. Os ativistas se mantêm em condições precárias, acompanhados dos filhos, familiares e companheiros de outros sindicatos.
Já no Uruguai, um grupo de aposentados e pensionistas, também nesta quarta-feira, ocupou ruas do centro de Montevidéu, para reivindicar um reajuste em suas pensões.
Os manifestantes se concentraram em frente ao prédio da presidência do país para pedir o aumento das pensões mínimas, após um recente e "insuficiente" aumento das pensões concedido pelo governo.
Brasil. No último dia 13, o Brasil também foi palco de manifestações. Transportadores de veículos - chamados de cegonheiros -, que fazem o transporte de carros novos da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, realizaram um protesto na via Anchieta, em frente aos portões da empresa.
Os manifestantes temiam a suspensão de contratos, pois a montadora avalia abrir uma licitação para buscar outras opções de fornecedores do serviço de logística.
Segundo o sindicato, cerca de 100 carretas permaneceram estacionadas próximas à fábrica, no km 23 da Via Anchieta, durante a manhã e, depois, saíram em carreata pela via. / COM INFORMAÇÕES DA EFE