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Queda da indústria é generalizada no País, avalia IBGE

Produção industrial recuou em oito dos 14 locais investigados na passagem de junho para julho

Por Idiana Tomazelli
Atualização:
Noslocais que tiveram crescimento da indústria em julho, IBGE afirma queé difícil dizer se a tendência persistirá Foto: Filipe Araujo/Estadão

RIO - O recuo na produção industrial é generalizado no País, afirmou nesta quarta-feira, 9, Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só em julho, a queda ocorreu em oito dos 14 locais investigados na passagem de junho para julho. E 11 dos 15 locais investigados pelo instituto tiveram recuo na produção em julho ante julho de 2014.

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No Paraná, a queda de 6,3% na comparação de julho com o mês anterior foi a mais intensa desde junho do ano passado e ultrapassa o ganho dos três meses anteriores (alta de 2,1%). "Houve menor produção de derivados de cana-de-açúcar, como açúcar e álcool. Foram as duas atividades que mais impactaram negativamente o resultado", detalhou Lobo.

No Ceará, houve queda de 5,2% em julho ante junho, por conta do baixo dinamismo na produção de asfalto e da atividade de vestuário e acessórios. "Houve férias coletivas em uma importante unidade produtiva (de vestuário), isso fez com que a região tivesse queda significativa", explicou o técnico.

Em Santa Catarina, a queda de 2,4% no mesmo período foi puxada pelo setor de metalurgia. "O que vemos hoje em dia na produção industrial brasileira e regional é uma queda bastante generalizada", disse Lobo.

Mesmo entre os locais que tiveram crescimento em julho ante junho, é difícil dizer se a tendência persistirá, reconheceu o técnico do IBGE. No Rio Grande do Sul (6,8%) e na Bahia (5,2%), os aumentos foram determinados pela produção de veículos (principalmente automóveis), que mostrou retomada após um mês de junho muito ruim.

"Tanto no Rio Grande do Sul quanto na Bahia, chama atenção o crescimento puxado pela produção de automóveis, que retoma níveis 2014 e 2013. Agora, se vai ser movimento consistente, não tem como dizer. Em níveis gerais, os estoques permanecem altos. Não dá para entender ainda a origem da produção", ponderou Lobo.

No Rio Grande do Sul, para se ter uma ideia, o avanço foi o maior desde novembro de 2010 (10,4%). Além da retomada da produção de automóveis após férias coletivas, houve a reinauguração de uma planta de celulose, o que ajudou a melhorar o resultado, segundo o IBGE. Por outro lado, os bens de capital voltados para o setor agrícola continuam puxado a produção estadual para baixo. 

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