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Queda nos preços de commodities leva países a crescerem menos

Estudo do FMI aponta que economias de países que exportam produtos primários devem recuar um ponto porcentual por ano até 2017; fundo defende que queda nos preços dos itens é estrutural e exige respostas adequadas

Por Mateus Fagundes e Francine De Lorenzo
Atualização:

A persistente fraqueza dos preços das commodities deve continuar resultando em efeitos negativos para o crescimento dos países exportadores. A conclusão faz parte de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, com base nos dados de mais de 40 nações ao longo de cinco décadas, defende que a desaceleração dos preços das matérias-primas não é apenas um fenômeno cíclico e exige respostas políticas adequadas.

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O estudo estima um recuo de até 1 ponto porcentual por ano na média do Produto Interno Bruto (PIB) dos países exportadores de commodities no período 2015-2017, em comparação com o intervalo de 2012-2014.

Os países exportadores de matérias-primas energéticas podem sofrer ainda mais, segundo o FMI. A análise mostra que o PIB dessas nações pode recuar, em média, 2,5 pontos porcentuais na mesma comparação.

Brasil é um dos maiores exportadores de soja do mundo Foto: José Patrício/Estadão

Para o FMI, os investimentos e o potencial de produção tendem a desacelerar enquanto os preços estiverem caindo. "O declínio no potencial de crescimento implica uma resposta de política econômica que vá além de medidas do lado da demanda e inclua reformas estruturais", disse a instituição.

A flexibilidade cambial, que, de acordo com o FMI, cresceu entre os exportadores de commodities ao longo da última década, poderia ajudar a amenizar o impacto da retração nos preços das matérias-primas. "Reduzidas receitas fiscais baseadas em commodities e menor potencial de crescimento limitam as opções para conter a desaceleração com política fiscal", afirma o FMI. 

Emergentes. O FMI deverá reduzir suas projeções de crescimento da economia mundial para este e o próximo ano, devido à desaceleração dos países emergentes, afirmou a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, ao jornal francês Les Echos.

"Esse fenômeno deverá nos levar a revisar nossa previsão de crescimento. (A expansão) do PIB mundial a 3,3% este ano já não é mais realista. A projeção de (crescimento) de 3,8% no ano que vem também não é. Contudo, deveremos ficar acima de 3%", disse Lagarde à publicação francesa.

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