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'Quero crer que governo recorrerá de decisão da OMC', diz ministro

Para Marcos Pereira, a decisão da OMC será também uma oportunidade para o governo rediscutir políticas de incentivos fiscais

Por André Ítalo Rocha
Atualização:
Caso o governo tenha de desmontar os programas, o ministro acredita que o impacto 'pode ser grande' Foto: Marcelo Camargo|Agência Brasil

SÃO PAULO - O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Pereira, acredita que o governo vai recorrer da decisão da Organização Mundial de Comércio (OMC) de condenar a política industrial brasileira. "Essa representação é feita por grandes escritórios de advocacia e pelo Itamaraty", disse o ministro, após evento da Fiesp, em São Paulo.

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Por outro lado, afirmou Pereira, a decisão da OMC será também uma oportunidade para que o governo rediscuta estas políticas, "adotadas pelo governo afastado", com o setor privado. Caso o governo tenha de desmontar os programas, o ministro acredita que o impacto "pode ser grande", citando os investimentos feitos no âmbito do programa Inovar Auto, um dos principais alvos da condenação da OMC.

Segundo reportagem do Estado, a OMC condenou a política industrial brasileira e exige que políticas de incentivos fiscais e redução de IPI adotados ainda pelo governo de Dilma Rousseff sejam abandonadas, pelo menos da forma que são aplicadas. A decisão é um dos maiores golpes já sofridos pelo Brasil no organismo internacional. 

Num informe ainda confidencial de 400 páginas, os juízes da entidade atenderam ao pedido do Japão e da UE, que alegavam que a política de incentivos fiscais aos setores de telecomunicações, automóveis e tecnologia é ilegal e afeta empresas estrangeiras de forma "injusta". O principal foco é o Inovar Auto, mecanismo que garantiu uma redução de impostos para o setor automotivo com fábricas instaladas no País. 

O Estado apurou que a entidade indicou que dar incentivos fiscais, por si mesmo, não seria uma violação das regras. Mas a forma utilizada pelo Brasil representou uma ilegalidade. Isso por conta das exigências que o governo fez para beneficiar as empresas com taxas menores.