Após anunciar sua saída da presidência do BNDES por conta da pré-candidatura ao Planalto pelo PSC, Paulo Rabello de Castro elogiou a escolha do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para ocupar o comando do banco. Além disso, durante evento com investidores árabes na capital paulista, Rabello propôs que estrangeiros participem de investimentos feitos pelo BNDES em empresas brasileiras.
Rabello citou que, na próxima quinta-feira, Dyogo deve tomar posse como novo presidente do BNDES. Por enquanto, a presidência é ocupada interinamente por Ricardo Ramos. Em conversa com a imprensa, Rabello elogiou a escolha de Dyogo Oliveira para o cargo.
"É um excelente nome haja visto que, como ministro, acompanhou minuciosamente todos os trabalhos que nós desenvolvemos, principalmente a ideia de iniciar um comitê de supervisão do crédito que está em plena atividade", disse.
Rabello participou de um painel no Fórum Econômico Brasil-Países Árabes. Mesmo não respondendo mais como presidente do BNDES, ele afirmou que o interino não conseguiu estar no evento e que "quebrou um galho" na ocasião.
O presidenciável disse que "ainda não há campanha" para a Presidência, visto que apenas é pré-candidato. "Mas estamos circulando, o próximo passo é ir à Paraíba hoje à noite", disse.
Investimentos. No Fórum, Rabello de Castro afirmou que está em estudo no BNDES um modelo de financiamento a empresas que permita a participação de capital estrangeiro nos projetos patrocinados pelo banco.
"Como o BNDES já faz esses desembolsos, o banco abriria espaço no investimento que faz para um fundo estrangeiro. Por exemplo, em vez de investir R$ 100 milhões em inovação industrial, (a instituição) investiria R$ 80 milhões. Os outros R$ 20 milhões viriam de investidores árabes ou europeus", citou.
"Esse tipo de formatação é uma ideia nova que estou lançando aqui e que está em estudo no BNDES."
Rabello afirmou que o agronegócio é o setor mais atrativo para investidores estrangeiros no Brasil, visto que o acesso ao crédito pode ser viabilizado com juros menores e a carga tributária também é mais baixa em relação a outros setores da economia. "Embora um pouco mais arriscado, o agronegócio acaba sendo o negócio mais lucrativo e mais interessante", disse.
Após desembolsos no valor de R$ 71 bilhões do BNDES no ano passado, ele projetou um volume de R$ 80 bilhões este ano e uma média anual de R$ 120 bilhões nos próximos cincos anos para a atividade produtiva.